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Máscara utilizada pelos personagens do seriado La Casa de Papel, da Netflix
Máscara utilizada pelos personagens do seriado La Casa de Papel, da Netflix| Foto: Gazeta do Povo

Para atrair bons projetos, e evitar que ganhem vida pelas mãos da concorrência, a Netflix pretende pagar uma espécie de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para diretores, atores e produtores envolvidos em filmes e seriados que alcancem sucesso na plataforma de streaming.

Segundo fontes ligadas à empresa, o pagamento extra vai depender das expectativas em relação ao filme ou documentário; se for uma aposta da Netflix, o bônus virá conforme o número de premiações obtidas. Já outros filmes poderão render dinheiro extra aos envolvidos dependendo do desempenho em temos de audiência.

Se confirmado, o novo formato romperá com o sistema atual da Netflix, que costuma valorizar suas apostas na assinatura dos contratos. O bônus a ser pago, no entanto, não se parecerá com os típicos contratos das produções cinematográficas de Hollywood, em que os produtores ganham um percentual da arrecadação da bilheteria. Simplesmente por que os lançamentos da Netflix não costumam ser amplamente divulgados nos cinemas – alguns sequer vão para as salas de exibição.

Scott Stuber, chefe da unidade de filmes da Netflix, tem debatido várias possibilidades com os produtores. Mas ainda não bateu o martelo sobre a fórmula exata do sistema de bônus, nem quantas pessoas envolvidas no set deverão ser beneficiadas.

Disputa por talentos e grandes nomes

A Netflix construiu seus estúdios cinematográficos a partir do zero, em apenas alguns anos, e teve que criar regras na medida em que foi se expandindo. Agora vê acirrar a competição por novos projetos, o que dificulta cada vez mais atrair talentos e manter-se à frente dos rivais. A empresa não oferece a possibilidade que a Disney, por exemplo, proporcionou para Robert Downey Jr. O ator ganhou milhões de dólares no papel do homem de ferro e em sequências cinematográficas da Marvel, tornando-se um dos poucos astros a receber mais em divisão de lucros do que em salários.

A Netflix nunca ofereceu participação em resultados. Ela cobre o custo total da produção e paga um “prêmio” aos produtores antes mesmo de o projeto ficar pronto. São acordos mais seguros, por que garantem uma boa quantia de dinheiro aos produtores ao mesmo tempo em que limitam ganhos estratosféricos.

Essa fórmula tem funcionado para a Netflix nos seriados de TV; a empresa paga bônus aos produtores cujas séries se renovam por várias temporadas e aumenta o salário dos protagonistas. Por outro lado, a companhia também causa polêmica – e provoca até mesmo a fúria de cineastas, cinemas e cinéfilos – ao insistir que as produções apareçam em seu streaming simultaneamente à exibição nos cinemas, ou com um intervalo muito curto. Em resposta, alguns exibidores simplesmente se fecharam à empresa. É o caso da rede canadense Cineplex, que não permitiu que filmes da Netflix participassem do Festival de Toronto, um dos mais prestigiados globalmente.

Pagar bônus é uma das alternativas à mesa para segurar os talentos. A Netflix começou a dar grande publicidade a determinadas produções, quanto antevê a possibilidade de ganhar prêmios. Mas os atritos com as grandes cadeias de cinemas podem minar esses planos.

Leia também: A guerra dos "streamings": qual será o futuro da mídia?

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