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No dia em que foi anunciada a intenção do HSBC de vender sua operação no Brasil e na Turquia, os correntistas do banco que utilizam agências no Centro do Rio, tiveram uma desagradável surpresa. Quem foi na agência no número 58 da Rua Visconde de Inhaúma, encontrou o local vazio, com apenas os caixas eletrônicos em funcionamento. Na fachada, adesivos em apoio à greve dos bancários. No interior, uma faixa da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Além da unidade na Visconde de Inhaúma, outras três agências no Centro não abriram nesta terça-feira, confirmou o banco. O militar da reserva Gilmar Nunes, 49 anos, que foi à agência da Visconde de Inhaúma realizar um saque, disse que planeja retirar sua conta do banco.

“Fiquei sabendo que ia acabar aqui no Brasil e em algum outro lugar. Vou ser sincero, pretendo tirar minha conta daqui”, disse ele.

Correntista do HSBC desde que o banco comprou o Bamerindus, em 1997, Gilmar avalia que a qualidade do atendimento cairia muito com uma possível fusão com bancos maiores. Já para a pedagoga Rejane Ribeiro, 59 anos, o fechamento das agências nesta terça-feira causaram transtornos.

“Não tenho conta no HSBC, mas tenho parentes que têm. Vim fazer um depósito, mas não achei um envelope na agência. Não é normal”, afirma.

O marinheiro Rodrigo Ferreira, 21 anos, se disse preocupado com o fechamento. Há três anos correntista do banco, ele avalia que será difícil manter a conta se a incerteza continuar.

“Vou procurar me informar. Não dá para ficar esperando isso se resolver sozinho”.

De acordo com o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, as unidades foram fechadas em protesto contra a possível demissão de funcionários. Nesta terça, a instituição informou que com a venda das operações haveria a demissão de algo entre 20 a 25 mil empregos no Brasil e na Turquia. Apesar disso, o dirigente do sindicato e funcionário do HSBC, Leuver Ludolff disse que ainda é muito cedo para anunciar reivindicações.

“Não temos ainda um comprador. Sabendo quem é o comprador, vamos fazer a negociação, como em outras fusões, para pleitear um acordo para não demitir. Seria um acordo de estabilidade de um ou dois anos”, disse Ludolff, afirmando que nesta quarta-feira não deverão ocorrer novas paralisações.

Rumores

Na agência do HSBC no número 817 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, o gerente de pessoas físicas Diego Lima conta que o fluxo de pessoas pedindo orientação começou junto com os rumores sobre a venda, há cerca de 20 dias. Lima afirma que não é a primeira vez que precisa lidar com esta situação, mas reconhece que desta vez parece ser para valer. De acordo com ele, o ritmo de trabalho continua normal.

“Estou tranquilo porque não acredito que vá mudar muita coisa em relação à nossa parte”, avalia Lima, há cinco anos no HSBC.”Não tem gente encerrando conta. Estamos conseguindo fazer captação.”

Em seu primeiro emprego, Marcelo Barreto, 21 anos, auxilia clientes na utilização do caixa eletrônico. Terceirizado, ele faz parte do Programa Jovem Aprendiz do banco e diz não saber como ficará sua situação caso uma nova instituição assuma o controle.

“Preciso saber com o outro banco se vão renovar o contrato ou não, se a gente vai permanecer.”

Na agência de Copacabana para realizar pagamentos, o corretor de imóveis Dyego Liberato, 25 anos, afirma que continuará com o HSBC. Correntista de outros dois bancos, o jovem teme apenas que a mudança na gestão possa afetar a qualidade do atendimento.

“Dos três bancos nos quais tenho conta, o HSBC é o melhor. Tem pouca fila e sempre sou bem atendido. Vai ser uma pena se isso acabar.”

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