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Depois de um início muito volátil, a Bovespa fincou pé em território positivo, acompanhando o desempenho das Bolsas norte-americanas. E a virada para cima das ações da Vale depois de uma abertura incerta adicionou um pouco de gordura nos ganhos domésticos em relação aos dos índices dos EUA.

Na quarta sessão seguida de ganhos, o Ibovespa subiu 1,66%, aos 66.128,94 pontos. Nestes quatro dias no azul, avançou 5,36%. Na mínima, atingiu 64.344 pontos (-1,09%) e, na máxima, os 66.145 pontos (+1,68%). No mês, voltou a acumular ganhos, de 1,11%, mas, em 2010, ainda tem perdas, de 3,59%. O giro financeiro totalizou R$ 6,969 bilhões.

As atenções nesta quinta-feira continuavam voltadas para a Europa, onde o Conselho da União Europeia se reuniu e trataria da delicada situação da Grécia. No encontro foi confirmada a ajuda à Grécia, mas não houve detalhamento do que será feito. Essa indefinição serviu para puxar as Bolsas europeias para baixo. Por outro lado, o grupo adiantou que a ajuda financeira não será dada agora, sinal de que a coisa ainda não é tão grave assim. As Bolsas norte-americanas acabaram se fixando nesta parte do anúncio e passaram a subir, também ajudadas pelo dado melhor que o esperado de pedidos de auxílio-desemprego. E a Bovespa acompanhou.

Em Paris, o índice CAC-40 caiu 0,52%; em Frankfurt, o índice Dax-30 recuou 0,59%. A bolsa de Londres foi a exceção: o índice FT-100 subiu 0,57%. Nos EUA, o Dow Jones registrava, às 18h21, alta de 1,06%. O S&P tinha ganhos de 0,95% e o Nasdaq avançava 1,37%. O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego caiu 43 mil, ante expectativa dos economistas de queda de 12 mil pedidos.

No Brasil, as blue chips monopolizaram as atenções no início da sessão. A Petrobras puxava o índice para cima por causa do anúncio de descoberta do petróleo, mas a Vale empurrava para baixo em decorrência do seu balanço de 2009. À tarde, no entanto, os investidores fizeram as pazes com as ações da mineradora, diante da percepção de que não dava para o número ser muito melhor.

A Vale registrou lucro líquido de US$ 1,51 bilhão no quarto trimestre de 2009, alta de 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o padrão contábil norte-americano (US Gaap). A receita caiu 12%, para US$ 6,54 bilhões, enquanto o Ebtida somou US$ 2,14 bilhões, queda de 20,4%. No ano fechado de 2009, o lucro da Vale caiu 59,5%, para US$ 5,34 bilhões. A receita caiu 37% no ano, para US$ 23,9 bilhões, enquanto o Ebitda teve baixa de 51%, para US$ 9,1 bilhões. O mercado não gostou especificamente do Ebitda da mineradora.

Vale ON subiu 2,35% e PNA, 1,90%, acompanhando a alta dos metais em Londres. Petrobras ON avançou 1,42% e PN, 2,21%, enquanto o petróleo terminou negociado a US$ 75,28 o barril para março, em alta de 1,02% na Nymex.

Câmbio

A perspectiva de que os países da zona do euro tenham uma recuperação econômica mais lenta do que se imaginava continuou a castigar a moeda do bloco nesta quinta-feira. O real acompanhou em boa parte do dia, mas o mercado doméstico acabou bem perto da estabilidade. O fato da moeda brasileira estar muito atrelada ao euro fez com que o dólar por aqui subisse em parte do dia, mesmo enquanto a divisa americana caía ante o iene, o dólar australiano e o canadense. No mercado à vista, o dólar pronto na BM&F fechou hoje a R$ 1,8520, com alta de 0,16%, mas no balcão a moeda passou de uma alta de 0,22% à estabilidade nos cinco minutos finais do pregão e fechou como ontem, a R$ 1,8490, depois de oscilar entre a máxima de R$ 1,8600 e a cotação mínima de R$ 1,8440. Já no segmento futuro, o contrato para março de 2010, mais líquido, caía 0,64%, a R$ 1,8495 perto das 16h40. O giro financeiro em D+2 projetado era de US$ 2,8 bilhões, o dobro dos US$ 1,317 bilhão registrados ontem.

O euro já caiu 5% ante o dólar este ano com as preocupações de que algumas nações do bloco não consigam cumprir suas obrigações fiscais. A Grécia vinha ocupando o noticiário dos últimos dias, mas outros países, como Portugal, Espanha e Itália, ainda inspiram cuidados pelo alto endividamento. Perto das 16h40, o euro perdia 0,76% sobre o fechamento da Comstock, que considera as 24 horas de Nova York, a US$ 1,3685, enquanto o dólar recuava 0,22% a 89,72 ienes.

Juros

Dada a agenda esvaziada de indicadores domésticos, o mercado de juros concentrou suas atenções no leilão de títulos prefixados do Tesouro, que elevou a oferta em boa parte dos vencimentos em comparação aos lotes da semana passada. Na BM&F, a operação provocou alta nos contratos de longo prazo, uma vez que os investidores interessados nos papéis costumam travar o risco prefixado tomando DIs de vencimento próximo aos títulos. Ao término da negociação normal da BM&F, o DI janeiro de 2011 (263.835 contratos) marcava 10,27%, de 10,28% no ajuste anterior. O DI julho de 2010 (61.770 contratos) apontava estabilidade, a 9,18%. Nos contratos longos, o DI janeiro de 2012 (99.030 contratos) subia a 11,47%, de 11,44% no ajuste de ontem; o DI janeiro de 2014 (16.195 contratos) disparava a 12,28% (máxima), de 12,15% ontem; e o DI janeiro de 2017 (10.450 contratos) avançava de 12,56% no ajuste para 12,71% (máxima).

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