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Supermercado Walmart com novo layout, que utiliza as cores do Brasil | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Supermercado Walmart com novo layout, que utiliza as cores do Brasil| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Após adquirir 80% da operação do Walmart Brasil, a gestora Advent International fez o primeiro aumento de capital na varejista, segundo ata de assembleia com acionistas realizada no dia 1.º de agosto, e informações do jornal Valor Econômico.

A operação total deve alcançar R$ 1,9 bilhão e será feita em três fases por meio do Momentum Fundo de Investimentos em Participações (FIP Momentum), braço de investimento da gestora de private equity. Ao adquirir fatia majoritária da operação brasileira, a Advent não pagou aos ex-controladores, e sim negociou que aplicaria recursos na própria operação, elevando-os.

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No início deste mês de agosto, o FIP Momentum subscreveu R$ 750 milhões em ações e, até agosto de 2019, um outro montante no mesmo valor será injetado no Walmart. Além destes R$ 1,5 bilhão, outros R$ 400 milhões serão investidos em um prazo de três anos, totalizando os R$ 1,9 bilhão.

Na mesma assembleia, foi definida a criação de um conselho de administração com cinco membros com mandato de dois anos. Por enquanto, foram anunciados três nomes: Patrice Philippe Etlin, sócio-diretor da Advent; Wilson Lourenço da Rosa, diretor da Advent; e Enrique Ostale Cambiaso, presidente do Walmart na América Latina, Reino Unido e África.

A troca de executivos também começou a ser feita desde que o novo CEO, Luiz Fazzio, assumiu como CEO da varejista. As trocas – a empresa anunciou novos CFO, diretor executivo de transformação e diretora de recursos humanos – estariam movimentando executivos dos primeiros escalões do Walmart, e, segundo apuração do Valor, seis deles já teriam procurado uma grande varejista concorrente alegando que avaliam sair da empresa.

Procurados pela Gazeta do Povo, o Walmart Brasil informou que não fala sobre o tema. A Advent não retornou o contato.

Entenda o caso

O Walmart anunciou a venda de 80% de sua operação brasileira à Advent International em junho deste ano, permanecendo com os 20% restantes. O valor da transação não chegou a ser divulgado, porém, em divulgação dos resultados do segundo trimestre, a rede americana informou que a venda gerou uma perda de U$ 4,8 bilhões no período, com efeito negativo de US$ 1,51 sobre as ações.

Líder varejista nos Estados Unidos, quando desembarcou no Brasil, em 1995, não veio com um planejamento que levasse em conta as peculiaridades do mercado brasileiro. O portfólio de produtos, por exemplo, trazia itens fora da realidade dos consumidores locais, como sapatos de neve e tacos de golfe, já apontando que haveria necessidade de adaptação. “Com planejamento equivocado e pouco conhecimento do mercado brasileiro, amargaram alguns anos de prejuízo”, avaliou a especialista de varejo Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultoria, à época da negociação.

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A estratégia de expansão via compra de marcas regionais, como Bompreço, Mercadorama e Nacional (todas encerradas entre 2016 e 2017) também foi apontada como problemática, uma vez que o Walmart teve dificuldades em implantar mudanças nestas redes, muito por conta de restrições impostas pela matriz americana.

Com o Walmart Brasil nas mãos da Advent, que já investiu em mais de 20 empresas brasileiras, especialistas acreditam que a marca deve passar a investir em novos formatos, como os atacarejos, e na ascensão de modelos mais compactos, com cara de “minimercados de bairro”.

Em 2017, o Walmart Brasil teve faturamento de R$ 28,2 bilhões. O país tem 2% de participação das vendas globais do grupo.

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