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| Foto: Sergio Fujiki/Divulgação/Embraer

Diante da resistência do governo brasileiro em vender o controle acionário da Embraer, a Boeing está preparando um nova proposta para a fabricante brasileira. Segundo a agência Reuters, a empresa americana deve propor uma aliança que preserva o direito de veto que o governo brasileiro tem sobre decisões estratégicas e programas de defesa da Embraer. A oferta vai, ainda, avaliar a Embraer entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões, valor acima do preço de mercado atual da fabricante brasileira, avaliada em US$ 4,6 bilhões.

A reportagem da Reuters afirma que a Boeing foi obrigada a refazer seus planos para a Embraer depois que autoridades brasileiras se posicionaram contra a ideia de tornar a Embraer uma subsidiária como as que a Boeing opera na Austrália e na Inglaterra. Representates da Boeing, da Embraer e do governo brasileiro teriam se reunido na semana passada em Brasília para discutir o negócio, segundo o jornal Valor Econômico.

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Publicamente, o governo vem se posicionando contra a venda do controle acionário da Embraer. A declaração mais recente foi do ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen,que afirmou que governo não vai ceder o controle da Embraer, mas, ao mesmo tempo, não quer parar a negociação, pois “xenofobia não vale a pena”. Antes, o presidente Michel Temer e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, também já haviam manifestado o mesmo posicionamento.

“Boeing veio para comprar a Embraer, não para fazer uma parceria ou uma joint-venture às quais estamos abertos, mas para tomar o controle da companhia. Isso foi rejeitado”, disse uma das fontes do governo escutadas pela Reuters. “Cabe à Boeing voltar com uma nova proposta”, completou essa mesma fonte em depoimento à agência.

Nova proposta

A nova proposta, segundo quatro fontes ouvidas pela Reuters, seria uma aliança que preservaria a “golden share”, uma ação especial que o governo brasileiro tem e que lhe dá direito a veto sobre decisões estratégicas, como troca de controle acionário, criação de projetos militares, capacitação de terceiros em tecnologia para programas militares e interrupção de fornecimento de peças de manutenção e reposição de aeronaves militares.

A proposta de aliança que a Boeing deve fazer para a Embraer vai, ainda, avaliar a empresa entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões. Ainda não está claro se o acordo vai envolver a compra de uma parcela significativa de ações da companhia ou todas as ações, mantendo a “golden share” da União.

Resistência maior da Força Aérea

A reportagem da Reuters explica, ainda, que a Força Aérea Brasileira (FAB), principal cliente da Embraer, é o maior ponto de resistência na venda controle acionário da brasileira à Boeing. Os militares se opõem a qualquer troca de controle ou divisão da Embraer. Chegou a ser cogitada a venda apenas da área de aviação comercial aos americanos.

Em comunicado enviado à agência, o Comando da Aeronáutica afirmou que “considera a Embraer uma empresa estratégica e fundamental para a soberania nacional, portanto, uma possível parceria entre as empresas Embraer e Boeing deverá ser analisada também sob esses enfoques”.

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