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Junior Durski, fundador e presidente do Grupo Madero. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Junior Durski, fundador e presidente do Grupo Madero.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Em entrevista concedida à Gazeta do Povo na manhã desta terça-feira (20), o empresário Junior Durski confirmou que pretende abrir o capital (IPO, na sigla em inglês) do Grupo Madero em 2019. Além disso, ele explicou o cancelamento da expansão internacional do seu principal restaurante e comentou as três novas marcas, que estreiam já em abril.

Recentemente, o Madero emitiu novas debêntures no valor de R$ 380 milhões e descartou a busca por um sócio, algo que Durski buscava desde, pelo menos, 2014. O empresário revelou que recebeu muitas ofertas por uma fatia da empresa e que quase fechou a venda de 15% da operação a um fundo norte-americano, mas que, quando definiam os últimos detalhes do negócio, “a gente não se acertou e concluímos que não seria bom para nós, não era o momento”.

Em vez de um sócio, foi feita a opção pela emissão de novas debêntures e os preparativos para fazer a abertura de capital em 2019. “Somos uma companhia bastante alavancada, com uma dívida considerável. Por que vou na dívida e não no fundo, que poderia zerar a dívida? Porque acreditamos muito no nosso projeto, e aí resolvemos que vamos direto para um IPO [abertura de capital]”, disse.

Com mais de 100 restaurantes Madero em funcionamento, alguns da marca Jeronimo e as três novas marcas — Dundee, de hambúrgueres fast food; Vó Maria, de parmegiana; e A Sanduicheria, de sanduíches variados, todas as três com tickets médios acessíveis, entre R$ 9 e R$ 14 —, o objetivo da abertura de capital é manter o ritmo forte de expansão. Parte do valor que a ser levantado será usado para sanar as dívidas do grupo e “deixar um caixa robusto para continuar crescendo”.

Freio na expansão internacional

Questionado sobre os planos de expansão internacional, Durski contou que Miami, cidade onde está o único restaurante Madero fora do Brasil, em breve ganhará uma segunda unidade. Ele explicou que a localização do primeiro, na Ocean Drive, sofre pela flutuação de turistas. “Vai bem; não é que vai muito bem, nem que vai mal. Vai bem”, disse. “É uma região que o americano residente não gosta de ir porque é difícil de estacionar, tem muito turista e os locais evitam isso”.

O novo restaurante em Miami também será administrado pela sua filha, Laysa Durski, que já responde pelo da Ocean Drive. Ela será aberta até o final do ano no Brickell, um bairro comercial com muitos escritórios e bancos. A expectativa é que o endereço seja mais atraente para os residentes da cidade e, assim, sofra menos com variações no fluxo de turistas.

Com exceção desse, não há planos imediatos para a abertura de novos restaurantes em outros países. A operação na Austrália, que chegou bem próxima de ser iniciada, foi interrompida na última hora. Equipamentos e mobiliário chegaram a ser exportados para o país, mas Durski cancelou a empreitada porque não sentiu confiança no sócio australiano. “Acabei sentindo que não era o sócio ideal. É melhor desmanchar essa sociedade antes de começar do que depois”, contou.

Crescimento nos shoppings

A crise no Brasil teve um peso muito grande no arrefecimento dos planos de internacionalização do Madero porque se revelou uma ótima oportunidade de expansão no país. “Temos aproveitado essa crise para expandir. Tem um monte de facilidades na crise e a gente aproveitou”, disse.

Entre as vantagens, Durski listou a farta oferta de mão de obra e disposta a trabalhar, uma decorrência do alto índice de desemprego que o Brasil enfrenta; a redução no custo dos fornecedores; e o barateamento dos pontos em shoppings, local preferido pelo empresário e tido por ele como um de grande potencial . (As três novas marcas do grupo estrearão em shoppings de Curitiba e serão focadas nas praças de alimentação desses ambientes.)

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O Brasil tem cerca de 600 shoppings e com as três novas marcas, além do Jeronimo, o empresário vê um grande potencial de crescimento a ser explorado. “Acho que o shopping center tem uma vida longa, é o melhor negócio para nós”, pontuou. Durski admitiu que o shopping não é um local fácil para novos restaurantes, devido aos custos de entrada aliados à desconfiança do consumidor frente a algo novo, mas que, no caso do Madero, essas dificuldades são mitigadas pelas características da rede e permite que se aproveite as vantagens do ambiente: alto fluxo de pessoas dispostas a gastar e burocracia menor para dar início à operação.

Confira a entrevista na íntegra:

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