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| Foto: Cacarlos Garrastazu/Divulgação

A fabricante brasileira de aviões Embraer teria aceito a proposta da americana Boeing para que as duas companhias formem uma terceira empresa, segundo informações do blog da jornalista Míriam Leitão. Essa terceira empresa ficaria encarregada da operação comercial. A área de defesa da Embraer, uma das maiores preocupações do governo brasileiro, não será incluída no acordo.

A notícia divulgada às 10h08 da manhã desta sexta-feira (2) fez as ações da Embraer dispararem na B3, a bolsa de valores do Brasil. Por volta das 11h30, os papéis da brasileira acumulavam alta de 6,18% e estavam sendo cotados a R$ 21,66. No início do pregão, as ações valiam R$ 20,35.

Segundo a jornalista Míriam Leitão, a Embraer aceitou a segunda proposta apresentada pela Boeing para a criação de uma terceira empresa na área de aviação comercial. A área militar vai continuar sobre o controle único da Embraer e ficará mantida a “golden share” do governo brasileiro, ação especial que dá à União o direito a participar de decisões estratégicas, como troca de controle acionário e criação ou interrupção de projetos militares.

A jornalista destaca que o modelo acordado agradou as duas fabricantes e que é o ponto de partida para que o negócio seja concretizado de fato.

Governo sinaliza apoio à formação de 3ª empresa

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, deu uma entrevista à GloboNews afirmando que torce para que o negócio dê certo e que havia recomendado às fabricantes a criação de uma terceira empresa. “[O governo] quer que dê certo, torce para dar certo. Eu inclusive me reuni com o diretor financeiro da Boeing e sua equipe e disse a ele: ‘olha, encontre uma maneira, sejam criativos’”, afirmou o ministro.

Ele ainda completou: “É uma parceria. Crie uma terceira empresa. Como nós fazemos isso? Não sei. Eu sei o que não pode [fazer]. Nenhum país do mundo vende uma empresa estratégica de defesa. Não é por nacionalismo, ultra-nacionalismo ou qualquer tipo de preconceito com os americanos ou a Boeing. Nós apostamos que dê certo, mas temos um limite que remete a um projeto nacional autônomo, que é o limite que a gente impõe”.

Pela manhã, Embraer disse que acordo não estava definido

Antes da veiculação da notícia sobre o possível acordo com a Boeing, a Embraer divulgou um comunicado ao mercado afirmando que mantinha conversas com a Boeing e com o governo e que algumas propostas para uma combinação de negócios entre as duas companhias estavam sendo ventiladas, mas que ainda não havia um acordo ou proposta formal.

“Na dinâmica das conversas com o grupo de trabalho, do qual o Governo participa, vem sendo ventiladas formas para eventual combinação de negócios, já informada no Fato Relevante divulgado em 21.12.2017, sem que nenhuma delas constitua efetivamente oferta ou proposta para concretização do negócio, mas tão somente um arcabouço de discussão com vistas a orientar os entendimentos”, diz o comunicado da Embraer.

Ela reiterou que “não há definição sobre a estrutura de uma potencial combinação de negócios e sobre os valores que a mesma poderia envolver”.

Sobre a notícia veiculada no blog da jornalista Míriam Leitão, a Embraer deve se manifestar somente no fim da tarde desta sexta-feira, depois do fechamento do mercado.

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