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Nesta semana, representantes do WhatsApp, incluindo Brian Acton, cofundador do aplicativo, vieram ao Brasil dialogar com as autoridades no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de evitar que novos bloqueios do app aconteçam no futuro. Durante a visita, eles responderam a algumas perguntas inquietantes entre os mais desconfiados.

O WhatsApp foi criado porque mandar mensagem SMS na Argentina era “complicado”

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Aquela sensação de que o WhatsApp bisbilhota o conteúdo das conversas para direcionar anúncios no Facebook minutos depois foi enfaticamente negada. Matt Steinfeld, diretor de comunicação e porta-voz do WhatsApp, disse ao G1 se tratar de “mera coincidência”. Ainda de acordo com Steinfeld, “Como as mensagens são criptografadas, não há nenhuma forma de escanear o texto para te direcionar algum anúncio.”

Criptografia de ponta a ponta

Há pouco mais de um ano, o WhatsApp implementou a criptografia de ponta a ponta para todos os usuários. Em termos simples, isso significa que as mensagens trocadas são codificadas e apenas as duas pontas que as trocam têm as chaves que permitem descondificá-las. Nem mesmo o WhatsApp ou o Facebook conseguem ler as mensagens enquanto elas trafegam pela Internet ou estão nos servidores da empresa.

Brian Acton, cofundador do WhatsApp, disse ao Estadão que a opção pela criptografia tem dois motivos, um calcado na segurança e outro, econômico: “Foi uma escolha nossa: só precisamos guardar as mensagens dos nossos usuários até elas serem entregues. É tanto uma questão de segurança quanto econômica. Assim, não precisamos gastar com servidores para armazenar as mensagens. Se um usuário deletar uma mensagem, ela nunca mais vai estar disponível. Hoje, só temos acesso a alguns dados, como os endereços IP.”

De acordo com o executivo, o WhatsApp contratou advogados no Brasil, “o que tem tornado as coisas mais fáceis para nós”, e passou a registrar os IPs em relatórios por seis meses, adequando sua atuação a uma exigência do Marco Civil da Internet.

O app Facebook também é alvo de teorias da conspiração similares. Usuários alegam que ele ativa o microfone de celulares para ouvir conversas e, depois, entregar anúncios relacionados. Mas é pouco provável que seja o caso. A melhor hipótese é que o Facebook usa outros sinais para detectar tópicos de interesse.

Nada de anúncios

Acton reforçou a postura de não veicular anúncios, uma raridade entre aplicativos de cunho social e uma das premissas mais fortes do WhatsApp. Em vez disso, o objetivo é transformar o app em uma plataforma de interação entre empresas e consumidores.

Segundo o executivo, já está em testes, inclusive no Brasil, uma versão do WhatsApp que modifica perfis de estabelecimentos comerciais para melhorar a relação com os seus clientes.

Uma pizzaria, por exemplo, poderia ter em seu perfil dados como horário de funcionamento, endereço e preços, e fazer reservas e enviar recibos dentro de uma conversa. Pelo app, os usuários também poderiam pesquisar por estabelecimentos próximos. Tudo sem sair do WhatsApp.

Essa é a aposta da empresa para gerar renda sem depender de anúncios. Adquirido a peso de ouro (US$ 19 bilhões) em 2014 pelo Facebook, ele ainda não gera um centavo sequer diretamente. Os anúncios nunca foram uma opção e Acton fez questão de reforçar esse ponto: “A última coisa que quero é inserir qualquer forma de propaganda no WhatsApp”, disse ao Estadão.

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