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Funcionários da Renault suspenderam as atividades nesta quinta-feira (24) devido à falta de peças por causa greve dos caminhoneiros | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Funcionários da Renault suspenderam as atividades nesta quinta-feira (24) devido à falta de peças por causa greve dos caminhoneiros| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A greve dos caminhoneiros, que chegou nesta quinta-feira (24) ao seu quarto dia, ameça parar também a produção de veículos no Brasil. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou nesta quinta-feira (24) que muitas fábricas já pararam suas linhas de montagem e que, se a greve continuar, todas as fábricas devem parar suas atividades.

Entre as montadoras que já interromperam suas atividades estão Renault, Volvo, Honda, Nissan, Ford, Toyota, Peugeot e Fiat. Todas elas tiveram que parar por causa da falta de peças. Confira o balanço da paralisação das montadoras até as 18 horas desta quinta-feira (24):

No Paraná

A Renault, que tem fábrica na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), teve a sua produção paralisada nesta quinta-feira (24). Os funcionários da montadora, cerca de 1,3 mil trabalhadores, decidiram em assembleia suspender a produção devido à falta de peças por causa greve dos caminhoneiros. A paralisação acontece nesta quinta e sexta-feira e os trabalhadores retornam à linha de produção na próxima segunda-feira (28).

Antes da Renault, foi a vez da Volvo ser afetada pela greve dos caminhoneiros. A produção foi inteiramente suspensa a partir da tarde de quarta-feira (24). Já na unidade da Volkswagen, em São José dos Pinhais (RMC), apenas o setor de estamparia, que engloba cerca de 500 trabalhadores, está em funcionamento.

No Brasil

Além das fábricas no Paraná, montadoras de outros estados também sentem os efeitos da greve. A Honda chegou ao seu segundo dia sem produzir automóveis no Brasil nesta quinta-feira (24) em razão da greve de caminhoneiros. A montadora conta com uma fábrica em atividade, localizada em Sumaré, interior de São Paulo.

Antes da paralisação, a unidade, com capacidade para produzir 120 mil veículos por ano, vinha produzindo 650 veículos por dia. A montadora também interrompeu a distribuição de carros para as concessionárias. A produção de motocicletas em Manaus permanece normalmente.

A Nissan informou que parou hoje de produzir automóveis em sua fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, em razão da greve dos caminhoneiros, que tem afetado o fornecimento de peças. Antes da paralisação, a montadora vinha operando em dois turnos, ritmo equivalente à produção de cerca de 500 carros por dia. A fábrica tem capacidade para produzir 200 mil veículos por ano. A distribuição de veículos para as concessionárias, no entanto, não foi prejudicada, pelo menos por enquanto.

A Kia Motors, que é a maior importadora de veículos do Brasil e conta com uma rede de 102 concessionárias, confirmou que a greve tem, sim, atrapalhado a chegada de carros para as lojas, comprometendo a comercialização. Ainda não há um balanço do número de revendas afetadas.

Outra montadora afetada pela greve foi a Fiat Chrysler Automobiles (FCA). A empresa suspendeu as atividades em suas duas fábricas no Brasil, uma em Betim, Minas Gerais, e a outra em Goiana, Pernambuco.

Já a Ford, que no início da greve dos caminhoneiros interrompeu a sua produção em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), informou que, desde a quarta-feira (23), a suspensão também se estende à fábrica de São Bernardo do Campo, a mais antiga da montadora no Brasil.

Além delas, a Toyota e a Peugeot também relataram que estão com linhas de produção paradas desde a quarta. No caso da Toyota, a interrupção ocorre nas fábricas de Sorocaba e Indaiatuba, ambas no interior de São Paulo. As unidades de São Bernardo do Campo e Porto Feliz, também em São Paulo, continuam operando normalmente.

Nota Anfavea

Em nota, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, afirma que a situação é preocupante. “Muitas fábricas já pararam suas linhas de montagem e, se a greve dos caminhoneiros continuar até o fim de semana, é certo que todas as fábricas pararão. Com isso, teremos uma queda na produção, nas vendas e nas exportações de veículos, tendo como consequência impacto direto na balança comercial brasileira e na arrecadação de tributos”.

A instituição, porém, ainda não tem um balanço de quantas fábricas pararam as atividades e qual o impacto financeiro.

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