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Lev Neo, a versão mais cara. | Divulgação/Saraiva
Lev Neo, a versão mais cara.| Foto: Divulgação/Saraiva

A Saraiva coloca nesta segunda-feira (10) em pré-venda a nova geração do Lev, seu leitor de e-books (livros digitais). Ainda em duas versões, mas com diferenças mais acentuadas entre elas que na geração passada, a empresa espera manter o forte crescimento que experimenta no setor, cenário constante desde que o dispositivo foi lançado, em 2014.

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Os novos produtos são o Lev Fit, que tem como destaque o peso, de apenas 130 g, e foca no custo-benefício com preço sugerido de R$ 299; e o Lev Neo, que acrescenta uma tela iluminada de alta definição, o dobro de memória para armazenar livros (8 GB) e acabamento superior ao custo de R$ 479. Ambos têm tela sensível a toques e vêm pré-carregados com 14 livros -- quatro deles como promoção de lançamento.

Em conversa com a Gazeta do Povo, Gustavo Mondo, gerente de e-commerce da Saraiva, revelou que o Lev original, esgotado no começo de 2017, é o segundo produto mais vendido da empresa em faturamento e que gera lucro desde o seu lançamento, com crescimento anual na casa dos dois dígitos. “[O faturamento é] crescente desde o lançamento. Ainda são valores bem menores comparados com o impresso, mas continua em ascensão”, comentou.

O bom desempenho da Saraiva destoa das declarações de outros players do mercado. Em entrevista à Folha em abril de 2016, Marcos da Veiga Pereira, presidente da SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), disse que o crescimento dos livros digitais no Brasil não era exponencial nem consistente, e que já apresentava sinais de desaceleração. “O Brasil tem um crescimento que já alcançou 30% há alguns anos, depois ficou em 20%, caiu para 12%”, disse na ocasião.

Ainda não há dados consolidados da venda de e-books no Brasil. Dado referente a 2015 do “The global e-book report”, organizado pelo consultor austríaco Rüdiger Wischenbart, aponta que os livros digitais respondem por 4,27% do volume de vendas das editoras brasileiras. De acordo com a Associação Americana de Editoras, nos Estados Unidos a representatividade dos e-books, embora em declínio, é bem maior, ficando em 17,3% do mercado editorial em 2015.

Leitura à brasileira

Mondo ressalta que a intenção da Saraiva é criar um ecossistema adaptado ao leitor brasileiro: “Nosso intuito é trazer uma experiência de leitura que seja de alta qualidade e tropicalizar para as necessidades do público brasileiro.” A estratégia não é nova; a Amazon, principal concorrente da empresa no segmento, aposta nisso há bastante tempo.

O diferencial da empresa brasileira é focar em áreas com apelo específico no Brasil. Uma das iniciativas mais recentes nesse sentido é a venda de e-books em formato de cartão. Nos estandes do Lev, nas lojas físicas da rede, esses livros são oferecidos ao lado dos dispositivos. Eles funcionam como vale-presentes de serviços sob demanda, como Netflix, Google Play e Steam, mas em vez de créditos dão direito a livros digitais.

Outra peculiaridade contemplada pelo ecossistema da Saraiva é o cuidado maior com livros no formato PDF, que tem a formatação travada e não permite personalizar tipo e tamanho de fonte ou a largura das margens, como é o caso com livros digitais feitos especialmente para leitores como o Lev.

Chamado “PDF Reflow”, o recurso, que já estava presente nos modelos Lev originais, de 2014, faz uma adaptação de e-books no formato PDF para adequá-los melhor ao tamanho de tela do Lev. De acordo com Mondo, “no cenário nacional, tem muita gente lendo PDF ainda. As pessoas têm uma relação com esse tipo de conteúdo. O Lev quebra o PDF e o coloca num sentido lógico, sem ter que ficar arrastando a página. É uma resposta da Saraiva a uma necessidade do mercado nacional.”

Além dos dispositivos, a Saraiva oferece apps para Android e iOS, uma plataforma de autopublicação para escritores independentes e, em maio, lançará uma versão web do leitor, permitindo que os usuários leiam seus livros em qualquer computador conectado à Internet.

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