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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (11) a liberação comercial de uma levedura transgênica que permite a produção de diesel usando a cana-de-açúcar. É a primeira vez que um transgênico desse tipo é aprovado pela comissão.

Em sua primeira reunião plenária após a mudança do comando, o órgão também aprovou o uso comercial de duas espécies de soja modificada, resistentes ao agrotóxico glufosinato de amônio. As sojas foram produzidas pela Bayer.

Também houve a liberação de duas vacinas veterinárias transgênicas. Com isso, sobe para oito o número de vacinas aprovadas para liberação comercial pela comissão, formada por 27 integrantes.

A reunião des quinta-feira foi conduzida pelo novo presidente do colegiado, o pesquisador da Embrapa Edilson Paiva.

Produção

Com o sinal verde da CTNBio, a Usina Boa Vista, instalada na cidade goiana de Pirenópolis, deve concluir a construção de uma linha de produção de diesel feito da cana. A expectativa é que, em 2011, sejam fabricados 2 milhões de toneladas do produto, que, a exemplo do etanol, é menos agressivo ao meio ambiente do que o combustível fóssil.

"Ele não tem enxofre, produz quantidade menor de material particulado e é renovável. Tudo isso reduz o impacto para o aquecimento global", afirma Luciana di Ciero, gerente de assuntos regulatórios e relações institucionais da empresa que desenvolveu o produto, a Amyris.

A aprovação também deve acelerar a negociação com outras usinas interessadas no desenvolvimento do novo produto. Até agora, nenhum país no mundo produz comercialmente o diesel de cana.

A levedura é um fungo, amplamente usado na produção de vinhos, cachaça e fermento de pão. A espécie aprovada hoje teve seu DNA modificado, o que a torna agora capaz de produzir um precursor do diesel, o farneseno.

Espanto

A rapidez na tramitação surpreendeu até mesmo a empresa que desenvolveu o organismo geneticamente modificado. "Vamos ter de apressar a finalização da linha de produção. Não estávamos contando com tanta agilidade", afirmou a gerente da empresa, Luciana Di Ciero. Para a liberação comercial, a empresa precisa, no entanto, atender uma série de quesitos, descritos numa instrução preparada pelo colegiado. Entre eles estão pedir um certificado de qualidade de biossegurança e constituir uma comissão interna de biossegurança.

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