Ponta Grossa Fermento, bolacha, desodorante, amaciante, desinfetante e detergente são os novos produtos da cesta básica do consumidor, conforme constatação do Centro de Estudos e Pesquisas Rouger Miguel Vargas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Em 10 anos, o consumidor deixou de comprar farinha de milho para levar desodorante, por exemplo. Após um ano de levantamento junto a 1.250 pessoas residentes na cidade, os pesquisadores identificaram a migração de consumo. De 29 itens, a cesta de preços acompanhados pelo centro passou a ter 34.
O centro econômico pesquisa a cesta básica desde 1994 com uma metodologia própria, diferente da que é usada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que acompanha apenas 13 produtos. A cesta básica, como parâmetro econômico, foi instituída no Brasil em 1938 e visa a garantir o sustento suficiente da família.
Conforme o economista e coordenador do projeto de Cesta Básica do Centro Rouger Miguel Vargas, Alexandre Roberto Lages, a mudança se baseou na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na POF, considera-se que a cada 10 anos os hábitos dos consumidores mudam e é preciso reclassificar os produtos da cesta básica. Para a dona-de-casa Ana Maria Rodrigues, de 37 anos, bolacha para os cinco filhos e produtos de limpeza não podem faltar na compra do mês. "Nós fazemos pesquisa de preço, mas procuramos não economizar demais no supermercado porque é preciso ter em casa amaciante e detergente", afirma.
A pesquisa sobre hábitos de consumo foi realizada no decorrer de 2005 por causa da sazonalidade. "Há produtos mais comprados no verão e outros, no inverno", observa Lages. O levantamento considerou famílias com renda de um a três salários mínimos, residentes em Ponta Grossa.
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