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Análise

No ambiente atual,vale a pena investir em ouro?

Não. De acordo com relatório da XP Investimentos, divulgado ontem, a commodity caminha para o primeiro ano encerrando em queda desde 2000, influenciado principalmente pela recuperação da economia global. "Já é possível, também, perceber uma tendência de ‘perda de fé’ na moeda", diz o documento.

Para Mehana Mehana, sócio fundador da Toro Investimentos, isso não é motivo de tristeza. Quando as pessoas resgatam seus investimentos em ouro, é porque já estão se sentindo seguras e estimuladas o suficiente para investir em outros ativos. "É um sinal claro de enfraquecimento da crise", diz.

Na crise, o auge

Entre 2003 e 2007, o ouro não teve destaque de valorização, sendo cotado abaixo sempre dos R$ 50. A partir de 2008, ano da crise financeira global, ele começou a subir e se transformou em sinônimo de segurança e proteção.

A cotação do ouro na BM&FBovespa atingiu em junho a cotação mais baixa desde agosto de 2011, chegando a R$ 88. Depois disso, entrou em uma fase de intensa variação de preços: foi de R$ 88 por grama a R$ 108 em agosto – segundo maior patamar do ano –, voltou à faixa de R$ 89 em outubro e ontem fechou na casa dos R$ 93. O que está acontecendo com o metal?

INFOGRÁFICO: Cotação do ouro sobe em tempos de crise, mas cai quando o mercado demonstra estabilidade

Para entender esse sobe-e-desce, é preciso levar em conta que o preço do ouro depende do estado da economia mundial, principalmente da dos Estados Unidos. Se a conjuntura está boa, a cotação do metal cai. Se está ruim, sobe. "É como se o metal fosse um refúgio, um campo em que os investidores se sentem seguros quando há crise", diz o diretor da Target Invest, Mario André Giovannoni.

Em agosto, por exemplo, a cotação chegou ao seu segundo melhor número no ano. O principal motivo foi a possível invasão da Síria pelos militares dos Estados Unidos. "Historicamente, o metal está relacionado a crise e guerra. Havia incerteza no mercado", relata Giovannoni.

Agora, em novembro, a cotação do ouro está no patamar dos R$ 90 e não deve passar disso neste ano. "A economia americana está retomando a operação", conta Mehana Mehana, sócio fundador da Toro Investimentos.

De acordo com comunicado do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, divulgado na semana passada, a economia dos Estados Unidos cresceu em um ritmo maior que o esperado no terceiro trimestre de 2013, chegando a uma taxa anualizada de 2,8%.

Outro ponto citado pelos especialistas que deve "puxar" o ouro para baixo é o discurso da futura presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen. Ela afirmou que a autoridade monetária fará de tudo para impulsionar a recuperação econômica. "Como ela valida a injeção de estímulos na economia norte-americana, há uma sensação de estabilidade", diz o operador de bolsa da XP Investimentos, Luis Oliveira.

Câmbio

Como a cotação do ouro é baseada no dólar, a alta da moeda também reflete no preço do metal. Em 22 de agosto deste ano, por exemplo, dia em que a o metal chegou ao seu ápice (R$ 108), o dólar comercial foi cotado a R$ 2,43 frente ao real, o segundo valor mais alto de 2013 – o primeiro foi no dia anterior, quando a moeda fechou em R$ 2,45.

"O preço do ouro é internacional e costuma ter relação com o câmbio. A máxima do ano do ouro coincide com a máxima do dólar. Creio que este também seja um dos principais motivos da alta", relata Mehana.

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