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Usina de furnas, no rio Grande, em Minas Gerais: risco de desabastecimento.
Usina de furnas, no rio Grande, em Minas Gerais: risco de desabastecimento.| Foto: Luiz Coelho/WikimediaCommons

Uma nota técnica publicada nesta sextsa-feira (4) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alerta para a possibilidade de “restrições” no fornecimento de energia no Sudeste, Sul e Centro-Oeste ainda neste ano devido ao baixo volume nos reservatórios das hidrelétricas, especialmente na bacia do rio Paraná.

O documento, intitulado “Avaliação das Condições de Atendimento Eletroenergético do Sistema Interligado Nacional”, atualiza o prognóstico para o período de junho a novembro deste ano, levando em conta a quantidade de chuva esperada nas diferentes regiões do país.

O cenário geral, de acordo com os técnicos do ONS, é de chuvas abaixo da média histórica. "O déficit de precipitação acumulado nos últimos 10 anos em algumas bacias chega alcançar um valor maior do que o total de chuva que ocorre em média num ano”, diz o texto. No melhor cenário traçado pelo ONS, as chuvas no período corresponderão a 72% da média de longo prazo. No pior, o índice ficará em 49%. O documento publicado nesta sexta-feira traz números menos otimistas do que os apresentados um mês atrás, quando o cenário mais favorável era de 75% da média histórica e o mais desfavorável previa 52%.

A bacia do rio Paraná é citada como a que apresenta siutação mais grave. “Especial atenção é requerida pela situação hidroenergética desfavorável da bacia do rio Paraná, cujo conjunto de reservatórios das usinas localizadas nessa bacia responde por cerca de 76% da capacidade máxima de armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste e por pouco mais da metade (53%) da capacidade de armazenamento de todo o SIN”, afirma o documento. O SIN é o Sistema Integrado Nacional de geração e fornecimento de energia.

A nota técnica prevê a “perda do controle hidráulico de reservatórios da bacia do Rio Paraná no segundo semestre de 2021”. Isso significa que estas usinas deixariam de operar por causa do volume insuficiente de água. O documento acrescenta que, se esta previsão se confirmar, haverá “restrições no atendimento energético nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste”.

Levando em conta o cenário mais pessimista, em que o volume de chuvas seja semelhante ao de 2012, o ONS faz algumas recomendações. O órgão sugere a flexibilização do volume de água mínimo adotado para manter em operação algumas usinas, como as de Jupiá, Porto Primavera e Ilha Solteira.

Ao mesmo tempo, o ONS recomenda a vazão dos rios para os reservatórios de Furnas e Mascarenhas de Moraes seja limitada no período entre junho e setembro, para que haja um potencial maior em outubro e novembro. O órgão também fala em “importação de energia” e recomenda o acionamento completo das usinas termelétricas, que têm um custo de operação significativamente maior.

A nota técnica foi enviada ao comando do Ministério da Minas e Energia e à Agência Nacional de Águas (ANA). O documento é assinado por Alexandre Nunes Zucarato, diretor de Planejamento do ONS, e Silval Zaidan Gama, diretor de Operação do órgão.

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