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BC libera R$ 18 bi para crédito a veículos

O Banco Central aprovou nesta segunda-feira (21) circular que libera R$ 18 bilhões em compulsórios bancários sobre recursos a prazo. O volume deverá ser usado pelas instituições financeiras para concessão de novas operações de crédito para financiamento de automóveis e veículos comerciais leves.

De acordo com a autoridade monetária, os recursos representam cerca de 10% do total de crédito concedido no segmento. A mudança nas regras de recolhimento do compulsório entra em vigor nesta terça-feira.

"Essa medida, além de conferir maior dinamismo a um importante segmento da economia, tem como objetivo criar melhores condições para que as instituições financeiras possam adotar políticas de concessão de crédito anticíclicas, sem contudo comprometer os requisitos prudenciais", afirmou o Banco Central em nota.

O governo anunciou nesta segunda-feira (21) uma série de medidas para estimular o consumo, principalmente de veículos, e a aquisição de bens de capital, que incluem a redução de impostos, aumento de prazos de financiamentos e corte de juros. Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), as ações implicarão em uma redução de cerca de 10% no preço dos automóveis.

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado em todos os financiamentos para consumo cairá de 2,5% para 1,5%. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será reduzido até 31 de agosto em até sete pontos percentuais, de acordo com o modelo e a cilindrada do veículo.Esses cortes implicam em uma renúncia fiscal de R$ 2,1 bilhões.

Além disso, o Banco Central vai liberar parte do chamado depósito compulsório -valor que as instituições têm que deixar depositadas- para financiamentos de veículos . Segundo Mantega, bancos públicos e privados se comprometeram a cortar juros, aumentar o volume de crédito e aumentar o número de parcelas em que os financiamentos são oferecidos.

As montadoras prometeram ainda dar um desconto sobre o preço de tabela cobrado pelos veículos hoje -de 2,5% para carros de 1.000 cilindradas, 1,5% entre 1.000 e 2.000 e 1% para utilitários - e fazer promoções especiais. Além disso, não poderão demitir trabalhadores.

O ministro anunciou ainda a redução dos juros de financiamentos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Linhas para o pré-embarque terão taxas reduzidas de 9% ao ano para 8% e para o financiamento de ônibus e caminhões de 7,7% para 5,5%.

Para a compra de máquinas equipamentos, os juros caem de 7,3% para 5,5% e para o financiamento de projetos de obras de 6,5% para 5,5% ao ano. A redução também valerá até 31 de agosto e custará aos cofres públicos R$ 619 milhões.

Redução garantida

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, os veículos com motor 1.0 devem ficar cerca de 10% mais baratos com a redução de tributo e o desconto acertado entre governo e montadoras. Para veículos com motor acima de 1.0 e de até 2.0 cilindradas, os preços devem cair 7%. Já veículos utilitários devem ficar cerca de 4% mais baratos.

Belini afirmou que a queda de preços começa a valer assim que for publicado o decreto do governo que reduz o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que deve ocorrer nesta terça-feira (22). Ou seja, as montadoras já darão o desconto acertado com o governo e vão repassar imediatamente a queda do imposto ao consumidor.

A expectativa da Anfavea é que a medida ajude a reduzir os juros destravar o crédito e diminuir os estoques, que estão hoje em até 48 dias e devem recuar para os "níveis normais", algo entre 30 e 35 dias.

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