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O padrão de sinal digital japonês adotado pelo Brasil, o ISDB-T, pode representar uma barreira a investimentos estrangeiros no país, principalmente em telefonia móvel. A opinião é do diretor de relações institucionais da Nokia Siemens Networks, Mario Baumgarten, que participa do 5º Fórum Internacional de TV Digital, no Rio.

Segundo ele, o padrão japonês tem apenas 4,8% do mercado mundial, sendo 2% no Japão e 2,8% no Brasil, contra 85% do sistema DVB-H + 3GSM, usado pela Nokia. "O Brasil não segue os passos daquilo que se faz no mundo. O passo número 1 é a massificação e o modelo brasileiro não está levando a isso."

Para se ter sucesso na massificação de um sistema, de acordo com Baumgarte, seria necessário se atingir pelo menos 15% do mercado mundial. Entre as diferenças dos dois sistemas está o fato de que o modelo japonês é gratuito e o DVB-H + 3GSM é pago. Segundo Bumgarten, o modelo pago juntaria operadoras de televisão a cabo e operadoras de celular e teria um custo baixo para o consumidor Para ele, seria importante haver novos debates sobre as soluções tecnológicas digitais adotadas pelo governo brasileiro, podendo se estabelecer novos marcos regulatórios para o setor.

Baumgarten apresentou números que indicam 335 milhões de usuários de celular com televisão em 2010, em um mercado que deve chegar a 11 bilhões de euros em 2010. Porém, segundo ele, pesquisas realizadas na Suécia mostraram que os usuários estariam inclinados a pagar no máximo 7 euros por mês para ter TV paga no celular.

Já o gerente de desenvolvimento de terminais da Vivo, Átila Xavier, acredita que ainda é cedo para dizer se o Brasil escolheu o sistema digital errado, na contramão do mercado. "É preciso aguardar para ver se foi a melhor decisão ou não. O tempo vai dizer isso. É precoce dizer que está fadado ao fracasso porque tem uma participação de mercado pequena. Outras tecnologias e soluções começaram pequenas e depois se mostraram grandes e boas."

Por enquanto, o único celular vendido no país que recebe televisão digital é da marca Samsung. Para o vice-presidente de novos negócios da Samsung, Benjamin Sicsú, a gratuidade é um dos fatores que vão influenciar o mercado. "Esse é um produto que o cidadão vai comprar bastante, pois ele não paga nada [para assistir TV]."

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