• Carregando...
 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Mais de 3,1 milhões de pessoas estão buscando emprego no país há mais de dois anos, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (18). É um recorde tanto em volume de pessoas atrás de uma vaga há tanto tempo, quanto em proporção de pessoas em relação à população desempregada, que atualmente soma 12,9 milhões de indivíduos no país.

A pesquisa também traz outro recorde perverso: a população desalentada, que faz parte da força de trabalho potencial, mas desistiu de procurar por oportunidades, alcançou o patamar recorde de 4,833 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, um avanço 21% em relação ao segundo trimestre do ano passado. É o maior patamar da série histórica, iniciada em 2012, em 11 Estados, entre eles São Paulo, com 467 mil pessoas nessa situação, e Rio de Janeiro, onde há 101 mil desalentados.

LEIA TAMBÉM: Idosos adiam saída do mercado de trabalho e já são 7,8% dos trabalhadores

De forma geral, a Pnad Contínua mostra que ainda há 13 milhões de desempregados no país, uma queda de apenas 0,6 ponto porcentual em relação ao segundo trimestre de 2017. Quando considerada a demora em conseguir um emprego, o quadro também é assustador: houve um aumento de 8,1% no contingente de desempregados há mais de dois anos entre abril e junho de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado.

Outros 1,857 milhão de trabalhadores procuram emprego há mais de um ano, mas há menos de dois anos. O grosso dos desempregados, 6,079 milhões, está em busca de uma vaga há pelo menos um mês, mas há menos de um ano. Na faixa dos que tentam encontrar um trabalho há menos de um mês estão 1,869 milhão de pessoas.

O número de trabalhadores por conta própria, apesar do alto patamar, se manteve estável em relação aos primeiros três meses do ano, em 23,1 milhões de pessoas.

LEIA TAMBÉM: A batalha dos trabalhadores que viraram “conta própria” depois da crise

Desânimo afeta busca por oportunidades

“A probabilidade de uma pessoa desistir de procurar emprego está muito relacionada ao tempo que ela ficou procurando emprego. E algumas nem para a fila do desemprego vão”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Azeredo lembra que a dificuldade de outros integrantes da família de conseguir uma vaga ou notícias na mídia sobre o desemprego elevado já influenciam a percepção das pessoas sobre a dificuldade de encontrar um trabalho.

Dos 65,6 milhões fora da força de trabalho, 8,162 milhões são considerados força de trabalho potencial, porque poderiam ou gostariam de trabalhar caso surgisse uma vaga. “Sessenta por cento de quem está na força de trabalho potencial [4,8 milhões] está desalentado”, apontou Azeredo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]