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Para Martin Sorrell, o poder dos jornais e revistas é subestimado. | Sebastian Derungs/Wikipedia
Para Martin Sorrell, o poder dos jornais e revistas é subestimado.| Foto: Sebastian Derungs/Wikipedia

Agências de publicidade e seus clientes devem repensar a estratégia de deslocar aportes da mídia impressa para os canais on-line. O debate foi provocado por Martin Sorrell, fundador e presidente da WPP, maior empresa de publicidade do mundo e que movimenta robustos orçamentos no segmento. Em encontro com a associação britânica de jornalistas Broadcasting Press Guild, semana passada, ele afirmou que os veículos tradicionais de mídia são mais poderosos do que as pessoas vêm pensando.

Há uma discussão acontecendo agora sobre a eficácia de jornais e revistas, mesmo em seus modelos tradicionais, e talvez eles sejam mais eficazes dos que as pessoas estão supondo.

Martin Sorrell fundador e presidente da WPP, maior empresa de publicidade do mundo .

“Há uma discussão acontecendo agora sobre a eficácia de jornais e revistas, mesmo em seus modelos tradicionais, e talvez eles sejam mais eficazes dos que as pessoas estão supondo”, disse Sorrell.

Leitores de jornal dizem se sentir mais bem informados

Um estudo feito nos Estados Unidos pelo site Elite Daily em parceria com a Escola de Jornalismo e Comunicações da Universidade da Flórida revela que jovens entre 18 e 24 anos não se sentem completamente informados pelas fontes digitais mais acessadas, como blogs e redes sociais. Ao mesmo tempo, jovens que dizem ter acesso a jornais impressos e sites de notícias tradicionais demonstram estar mais bem informados.

Segundo a pesquisa, 34,5% dos jovens americanos se informam através de fontes puramente on-line. Outros 21,8% usam principalmente sites de empresas tradicionais, enquanto 14% preferem links no Facebook e 10%, links no Twitter. A tevê era fonte principal para 4,5% e o jornal impresso para 3,1% dos entrevistados.

No geral, somente 38% dos respondentes disseram se sentir muito informados. Entre os leitores de jornais impressos, o porcentual foi de 67%.

Segundo ele, pesquisas recentes mostram que a mídia tradicional pode ser mais engajadora e que os leitores tendem a registrar melhor a informação veiculada em revistas e jornais impressos do que a partir da leitura de conteúdo on-line e móvel.

A declaração de Sorrell está sendo vista como uma guinada nos atuais rumos do mercado de mídia em todo o mundo, num momento em que a plataforma digital foi eleita como prioritária para investimentos, projetos e publicidade. “É muito importante que um dos maiores nomes da propaganda mundial faça esse reconhecimento da força da mídia impressa. Sobretudo porque jornais e revistas têm como principal fonte de receita a publicidade”, avalia Ricardo Pedreira, diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Ele destaca que os jornais têm força nas duas plataformas, impressa e digital. “Nunca se leu tanto jornal quanto hoje, o universo de leitores cresceu, incluindo as pessoas que leem o noticiário dos jornais em plataformas móveis.

Credibilidade

Orlando Marques, presidente da Abap, associação que reúne as agências de publicidade no Brasil, faz coro com Pedreira. “Todo mundo está preocupado com o negócio digital. É importante e veio para ficar. Mas ainda não temos comprovação dos resultados. A mídia tradicional é comprovadamente eficaz. Traz muita confiança e credibilidade ao conteúdo.”

Não se trata, alerta ele, de dar um passo atrás e abandonar os avanços e investimentos no digital. Mas de usar as duas mídias de forma complementar, ao invés de encarar o meio eletrônico como antagônico ao tradicional.

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