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Plano B

Contingência inclui aproveitar duto que vem de Paranaguá

Segundo Roberto Fregone­se, presidente do Sindicombus­tí­veis, dois navios com 100 milhões de litros foram envia­­dos a Paranaguá, onde está sendo feita a limpeza de um duto de petróleo para transportar derivados. A Petrobras autorizou o bombeamento do lastro, uma reserva que não costuma ser retirada dos tanques da refinaria, para enviar ao mercado.

R$ 1,3 bilhão é o valor estimado do gasto adicional da Petrobras com importações de diesel e gasolina por causa da paralisação da Repar, segundo cálculo feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) a pedido da agência de notícias Reuters. O montante representa 70% do total que a Petrobras do gasto mensal com importações de diesel e gasolina neste ano.

A retomada total da produção na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, pode ir além do que estima a Petrobras, complicando ainda mais o cenário do abastecimento nos mercados atendidos pela refinaria. A empresa, que só tem se pronunciado por meio de notas e nega qualquer prejuízo no abastecimento, disse que o retorno da operação está previsto para o dia 17 de dezembro, mas o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC) considera a previsão muito otimista. Segundo o Sindipetro, o reinício da produção com capacidade total deve levar, no mínimo, mais 20 dias.

"Só ontem a parte da unidade que estava interditada pela Superintendência Regional do Trabalho foi totalmente liberada. Mesmo com os reparos, a unidade não deve voltar a produzir em carga máxima", afirmou Anselmo Ruoso, diretor do Sindipetro (PR-SC). Segundo ele, a Petrobras está tentando "desviar" parte das instalações para retomar a produção, mesmo que seja com capacidade mínima, mas a recuperação total vai demorar.

Com produção diária de 282 milhões de litros de gasolina e 489 milhões de litros de diesel, a refinaria está parada há 11 dias. A redução da oferta de combustível levou as distribuidoras a limitarem a quantidade de derivados entregue aos clientes.

Dono de dois postos, o empresário Carlos Eduardo Pedrazzoli conta que desde a semana passada a distribuidora com a qual trabalha vem entregando menos combustível. A reserva que ele tinha para aproximadamente três dias acabou ontem. Com o fim do estoque e um consumo médio diário de 25 mil litros, Pedrazzoli diz que hoje pode faltar combustível ao longo do dia, caso o volume entregue seja novamente menor que o pedido.

O presidente do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, não descarta a possibilidade de falta pontual de combustível em alguns postos do Paraná e Santa Catarina, mas disse que por enquanto não há notícias de postos totalmente secos. Desde a semana passada as distribuidoras iniciaram medidas de contingenciamento que incluem o racionamento conforme a média diária de retirada de cada posto e disponibilidade dos produtos.

Em meio à parada da produção e ao desafio de manter o abastecimento, a Petrobras também enfrenta a ameaça de greve dos trabalhadores da refinaria por condições mais seguras de trabalho. Uma paralisação pode ocorrer de quarta para quinta-feira, segundo o sindicato.

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