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O Porto de Paranaguá embarcou ontem a primeira carga de soja transgênica, desde que o governador Roberto Requião iniciou sua cruzada contra a presença de organismos geneticamente modificados no Paraná, há três anos. O navio Tonga, com bandeira de Malta e fretado pela Cargill, deve ter deixado o porto durante a madrugada em direção à França. O navio chegou ontem e recebeu 6 mil toneladas de grãos geneticamente modificados e outras 20 mil toneladas de soja convencional, além de 15 mil toneladas de farelo de soja. A carga transgênica e a convencional foram depositadas em porões diferentes.

"Vamos torcer para que seja mantida essa posição do administrador do porto. Mas agora cabe só à justiça decidir, é decisão liminar e ele (o administrador) tem que cumprir", comemorou Wilem Manteli, presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), entidade que obteve a decisão liminar da Justiça Federal de Paranaguá que autoriza o escoamento da soja modificada.

Ainda ontem os terminais privados que exportam soja pelo Porto de Paranaguá decidiram que vão continuar a disputa jurídica para que todos os pontos de embarque (berços) do corredor de exportação sejam autorizados a movimentar soja transgênica. Eles dizem entender que a liminar obtida pela ABTP para liberar o embarque de grãos geneticamente modificados estende-se a toda a estrutura portuária, sem restrições.

"A ordem de serviço divulgada pelo porto para regulamentar o escoamento de soja transgênica não atende completamente a liminar", afirma o presidente da ABTP. "Pode haver uma demanda superior à capacidade de embarque do berço reservado pela Appa", completa. O advogado Marcelo Teixeira, que representa a associação, diz que estudará nos próximos dias a melhor forma de apresentar o pedido à Justiça Federal.

Para atender à liminar, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) reservou um dos três berços do corredor de exportação (o 214) para o embarque de soja transgênica – os outros dois ficarão disponíveis para outras cargas, como soja convencional, milho e farelo de soja. Os exportadores temem que essa medida cause prejuízos ao impedir o carregamento simultâneo de dois navios com soja transgênica. Já a Appa diz que apontou uma solução que evita longas paradas no corredor de exportação para a limpeza das correias que transportam os grãos.

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