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A participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna caiu pelo quarto mês seguido. Segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, os investidores internacionais detinham 5,64% da dívida mobiliária (em títulos) interna em março. Em fevereiro, esse percentual era de 5,75%.

O Tesouro divulgou as informações sobre a participação estrangeira com dois meses de defasagem. Dessa forma, os dados de março representam os números mais atualizados fornecidos pelo governo.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras, não explicou os motivos da queda. Apenas comentou o relatório da Dívida Pública Federal (DPF), divulgado nesta quinta-feira(21) e que apontou redução de 1,02% no estoque da DPF em abril, passando de R$ 1,398 trilhão em março para R$ 1,384 trilhão em abril.

Segundo Pedras, a concentração de vencimentos foi a principal responsável pela queda na DPF em abril. Ele afirmou que o Tesouro costuma se desfazer de papéis prefixados nos meses de início de trimestre – janeiro, abril, julho e outubro. "A redução da dívida observada em abril foi sazonal [típica de oscilações, conforme a época do ano]", disse.

Essa sazonalidade, destacou o coordenador, também contribuiu para a queda da participação dos papéis prefixados no último mês. Segundo o relatório, a proporção desses títulos caiu de 30,09% em março para 28,51% em abril. Em contrapartida, o percentual dos papéis corrigidos pela Selic saltou de 35,17% para 37,06%.

O coordenador, no entanto, admitiu que o volume de resgate líquido também foi influenciado pelo resgate do aporte de R$ 13 bilhões do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 31 de março, o Tesouro emitiu os papéis para transferir a primeira parcela do empréstimo de R$ 100 bilhões ao banco. No dia seguinte, os títulos foram recomprados pelo Tesouro.

Pedras informou ainda que a procura por títulos de longo prazo vinculados a índices de inflação aumentou por causa dos fundos de pensão. Segundo ele, a procura elevada fez o Tesouro aumentar os lotes de emissão de NTN-B – papel corrigido pela variação da inflação oficial pelo IPCA mais uma taxa de juros prefixada.

O aumento da demanda pela NTN-B, ressaltou o coordenador, tem feito a taxa de retorno para os papéis de longo prazo cair em abril e maio. Quanto maior o interesse dos investidores por determinado tipo de título, menor a taxa de juros pedida em troca. Há um mês, os vencimentos de longo prazo pagavam remuneração de 7% ao ano acima da inflação. Atualmente, essa remuneração está em 6,5% ao ano mais o IPCA.

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