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SÃO PAULO (Reuters) - Os pedágios cobrados em rodovias brasileiras vão subir se uma lei defendida por caminhoneiros for sancionada pela presidente Dilma Rousseff sem vetos, afirmou nesta quinta-feira a associação que representa empresas concessionárias de estradas, ABCR.

A entidade afirmou que a consequência da aprovação do projeto de lei 4.246/12 sem vetos virá diante da exclusão da cobrança de pedágio de eixo suspenso, prevista na norma. A ABCR já havia dito que os pedágios seriam elevados após o texto ter sido aprovado na Câmara em meados deste mês.

“O pedágio ficará mais caro para todos os usuários, inclusive para os caminhoneiros”, afirmou a ABCR em nota à imprensa divulgada nesta quinta-feira. A entidade representa concessionárias de empresas como Arteris, Ecorodovias, CCR e Triunfo.

Entre outros itens, o projeto de lei aumenta de 5 para 10 por cento a tolerância admitida sobre os limites de peso bruto de caminhão por eixo para rodagem nas estradas brasileiras. Além disso, prevê que os veículos de transporte de cargas que circularem vazios não pagarão taxas de pedágio sobre os eixos mantidos suspensos.

“Sobre a possibilidade de a Presidência da República sancionar o PL 4.246/12 sem vetos, como tentativa de colocar fim à mobilização dos caminhoneiros, a ABCR esclarece que, caso sancionada sem os vetos sugeridos pelo Senado Federal, a Lei dos Caminhoneiros vai significar exatamente o oposto do que a sociedade deseja”, afirmou a entidade.

Caminhoneiros em vários Estados do país estão desde a semana passada promovendo bloqueios de estradas, cobrando elevação nos preços de fretes e redução nos custos com combustíveis. Nesta quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que motoristas que seguirem bloqueando rodovias poderão ser multados em até 10 mil reais por hora paralisado.

Segundo a ABCR, o aumento da tolerância no peso dos caminhões, aliado à liberação da cobrança de eixos suspensos, gera sobrecargas sobre o pavimento das rodovias e redução na vida útil dele de entre 1,5 a 3 anos.

“Na ponta, isso significa acréscimo considerável do custo de manutenção das rodovias brasileiras” afirmou a entidade, que cobra o envolvimento dos chamados “embarcadores”, os donos das mercadorias, que são responsáveis pelo pagamento de vales pedágio aos caminhoneiros.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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