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Maquininha da Cielo para microempreendedores individuais| Foto: Divulgação/Cielo

A guerra das maquininhas, que começou no ano passado e ganhou força no primeiro semestre, está se transformando na guerra por autônomos e microempreendedores individuais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no final de agosto havia 24,3 milhões de pessoas trabalhando por conta própria, 4,7% a mais do que no mesmo mês do ano anterior.

Uma das últimas ofensivas em direção a esse segmento foi feita pela Cielo. A empresa está oferecendo, desde o dia 1º, taxa zero para novos clientes que adquirirem maquininhas da companhia. Eles serão isentos da tarifa por três meses ou até atingir R$ 1,5 mil em vendas no débito ou no crédito, o que ocorrer primeiro.

Outro passo que a empresa está dando é o lançamento de um aplicativo voltado para empreendedores. Ele estará disponível a partir do dia 14. “Estamos fazendo uma forte abordagem em direção a microempreendedores individuais, profissionais liberais e autônomos. É um segmento onde vemos forte potencial de crescimento e há muito a explorar”, destaca Mário Casasanta, vice-presidente de empreendedores da Cielo.

Uma série de fatores embasa essa estratégia, aponta o executivo: em meio a um cenário de crescimento aquém do esperado, os brasileiros estão buscando fontes alternativas de renda; outro é a característica empreendedora da população e, também, a falta de acesso a bancos. “Isto é bem evidente em regiões do interior do Norte, Nordeste e Centro-oeste.”

A concorrência é grande. E a demanda também. Um estudo feito pela Azulis, fornecedora de soluções digitais para MEIs e pequenas e médias empresas, mostra que a procura de informações sobre as maquininhas no Google cresceu 13% no ano passado.

E a Cielo tem munição pesada: está trocando a rentabilidade por participação de mercado. “É um ciclo temporário”, afirma o executivo. Essa estratégia é evidenciada pelos números mais recentes da empresa. No comparativo entre os segundos trimestres de 2018 e 2019, houve um crescimento de 8,9% no volume financeiro de transações, enquanto a receita líquida teve uma queda de 4,4% e o lucro líquido, 33,3%.

O analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, vê uma clara mudança de posicionamento da Cielo na guerra das maquininhas. A empresa só entrou na batalha no final de abril, após movimentos da Rede, do SafraPay, do PagSeguro e da GetNet. “A empresa está vendo que o setor não é comoditizado e que há oportunidades seja na tecnologia, seja na fidelização de clientes.”

Segundo ele, a empresa repensou o modelo de negócios e está jogando em várias frentes. “O foco deles é ter uma ampla base de clientes, até para reduzir riscos”, explica.

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