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Osvaldo Tezolin, de Maringá, mostra espiga que não se formou por falta de água | Fábio Dias/Gazeta do Povo
Osvaldo Tezolin, de Maringá, mostra espiga que não se formou por falta de água| Foto: Fábio Dias/Gazeta do Povo
  • Roberto Bührer, de Ponta Grossa, diz que chuvas chegaram na véspera do Natal

Por falta de chuva em novembro e dezembro, o potencial da safra de grãos do Paraná, inicialmente estimado em 22,13 milhões de toneladas, caiu 11,5%, conforme estudo divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). As perdas somam 2,55 milhões de toneladas, ou cerca de R$ 1,5 bilhão, considerando os preços atuais de soja, milho e feijão, sustentam os técnicos.

A soja cai 10% (de 14,1 milhões para 12,7 milhões de toneladas); o milho, 14% (de 7,4 milhões para 6,4 milhões de t); e o feijão, 19% (de 430,6 mil para 348 mil toneladas). O prejuízo de R$ 1,5 bilhão considera R$ 1 bilhão em soja, R$ 379,7 milhões em milho e R$ 117,4 milhões em feijão.

A Defesa Civil do Paraná informou ontem que oito municípios notificaram situação de emergência por falta de chuva e estão avaliando perdas (Capitão Leônidas Marques, Pranchita, Santo Antônio do Sudoeste, Nova Esperança do Sudoeste, Pinhal de São Bento, Rio Bonito do Iguaçu, Bom Jesus do Sul e Barracão).

O levantamento da Seab considera que há relatos de quebras extremas. O agricultor Edevaldo Fontana, em Foz do Iguaçu (Oeste), teme perder 100% da safra de soja. Ele conta que não chove deste 21 de novembro em seus 290 hectares de lavoura. Se não chover nos próximos sete dias, a quebra será total. "Estamos torcendo para que chova para salvar pelo menos 20% da soja."

Há produtores em situação bem melhor. "Desde 24 de dezembro tem voltado a chover, mas são chuvas esparsas", relata o agricultor Roberto Bührer, de Ponta Grossa (Campos Gerais). Mesmo assim, a estiagem de novembro pode causar danos no resultado final. Ele ainda avalia a situação de 700 hectares de soja e 300 de milho. Não há previsão de perda expressiva para a oleaginosa em sua região.

A situação é de contraste em municípios próximos no Sudoeste. Francisco Beltrão registra perda média de 37% no milho e 16% na soja. Já em Pato Branco, os índices são de 15% e 7%, respectivamente. O agricultor Valdir Tamanho está cortando o milho verde para tratar o gado. "Se deixar no campo, em quatro ou cinco dias a seca leva tudo."

Em Cascavel, o agricultor Juarez Zitterell iniciou a colheita com uma semana de antecedência para evitar um prejuízo maior. "No ano passado colhemos 3,8 toneladas de soja por hectare. Neste ano, não vai chegar a 2,5 t/ha." Em Maringá, produtores como Osvaldo Tezolin, estimam quebra de 40% na soja e no milho.

O quadro é de irregularidade e as perdas podem se agravar se as previsões de clima mais seco que o normal se confirmarem nas próximas duas semanas, aponta Otmar Hübner, técnico da Seab.

Colaboraram: Robson Mattjie, de Foz do Iguaçu; Diego Antonelli, de Ponta Grossa; Deonir Spigosso, de Pato Branco; e Fábio Guillen, de Maringá.

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