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Especialistas não divergem muito em relação às dicas para que uma nova empresa sobreviva. É recomendável ter um bom dinheiro já de início, para não depender de empréstimos caros e difíceis de se obter. O futuro empresário também deve buscar qualificação ou, no mínimo, orientação de entidades que conhecem a fundo o assunto – como o Sebrae. Além disso, é fundamental pesquisar o mercado onde se pretende entrar e, de preferência, investir em produtos inovadores.

Mas esses dois últimos itens costumam ser solenemente ignorados: os brasileiros tradicionalmente ingressam em mercados já saturados e seus produtos raramente são novidade – isso ocorre em apenas 5% dos casos, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O resultado é que a minoria que segue esses princípios acaba colecionando sucessos.

Após 18 anos de funcionamento, a fabricante de eletroeletrônicos Entran, que surgiu como microempresa, está prestes a se tornar empresa de médio porte. Dirigida pela engenheira eletricista Suely Taniguchi, a empresa sobreviveu a meia dúzia de planos econômicos e hoje emprega 50 pessoas. Entre as diversas explicações para esse desempenho, está o fato de não economizar no desenvolvimento de novos produtos e fazer parceria com institutos de pesquisa como o Lactec. No ano passado, a empresa tirou o segundo lugar nacional no prêmio Inovação Tecnológica, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela fabricação de um sistema que combate os processos corrosivos das fundações de torres de linhas de transmissão de energia.

Sabrina Rispoli Iglesias e sua irmã, Bebel Guimarães Rispoli, sempre tiveram lojas de confecções. Com filhos pequenos, Sabrina percebeu que pouquíssimas empresas no Brasil vendem roupas infantis com a qualidade e o design que ela procurava. Criou a Trielo, que tem o propósito de "vestir criança de criança, e não como mini-adulto", nas palavras da empresária. "Pesquisamos o mercado, percebemos que as classes A e B têm essa demanda e procuramos o Programa de Competitividade do Sebrae", diz Sabrina. Com quatro anos de funcionamento, a Trielo já tem uma fábrica – que desenvolve os modelos e faz o corte das roupas (o restante do processo é terceirizado) – e uma loja no Shopping Mueller, que servirá de modelo para as franquias que a marca pretende abrir. O faturamento tem crescido de 10% a 15% por coleção.

Também em Curitiba, outro empresário que investiu em um ramo que conhecia bem é Paulo Roberto de Souza, proprietário da facção Addiction. Por 18 anos, ele trabalhou na marca Kas, e há dois saiu de lá para criar sua própria fábrica de biquinis e moda fitness. Demorou um pouco para se acostumar à realidade de proprietário, mas sua experiência e conhecimento de técnicas de planejamento e gestão lhe valeram a conquista de consumidores nos Estados Unidos, Grécia e Espanha. O principal cliente, no entanto, fica bem pertinho: boa parte das roupas vendidas pela Kas atualmente é produzida pela Addiction.

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