Petrobras não atinge produção prometida pelo 3º ano seguido

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A Petrobras deverá fechar o terceiro ano consecutivo sem conseguir atingir a meta de produção pré-estabelecida em dois milhões de barris por dia. Segundo relatórios de bancos que acompanham a estatal, o volume de produção referente ao mês de julho e informado nesta quarta-feira pela companhia, decepcionou o mercado. Os números deveriam estar pelo menos 10% superiores aos anunciados, segundo relatório do Itaú, para que a empresa pudesse cumprir a meta. "Será necessário um milagre", diz relatório do Itaú.

A produção da Petrobras em julho foi de 1,867 milhão de barris por dia, volume exatamente igual ao do mês anterior. A média anual acumulada até julho está em 1,839 milhão por dia, ou 161 mil barris a menos do que a meta. O diretor da área financeira da estatal, Almir Barbassa, lembrou hoje que esta meta já havia sido revista no início do ano para 1,95 milhão, com uma margem de erro de 2% para cima ou para baixo. "Devemos ficar próximos de 1,9 milhão de barris", disse. Para 2007, a meta da estatal era de atingir 1,9 milhão de barris por dia e a estatal ficou em 1,792 milhão.

Cálculos de outra instituição consultada pela Agência Estado apontam que mesmo considerando a meta de 1,95 milhão de barris seriam necessários à Petrobras um adicional de 300 mil barris por dia entre os dias 1º de agosto e 31 de dezembro, para que a meta fosse alcançada.

Mesmo contando com um extra que deve ser produzido pelas plataformas P-52 e P-54, que entraram em operação no início do ano e não atingiram ainda seu pico, os analistas acreditam que o volume não deve ser atingido. As duas plataformas, se tivessem atingido o seu pico no início de agosto poderiam produzir juntas um acréscimo de 230 mil barris por dia.

Há ainda a expectativa da entrada das unidades P-51 e FPSO Cidade de Niterói, mas ambas devem iniciar as operações mais para o fim do ano, o que não provocaria impacto na produção de 2008, somente na de 2009, destaca a corretora Ativa. "A meta de crescimento da produção de óleo no Brasil em 2008 está cada vez mais desafiadora", diz a corretora.