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| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A direção da Petrobras e o Conselho de Administração decidiram aprovar investimentos de cerca de US$ 75 bilhões para o Plano de Negócios entre os anos de 2017 e 2021, o que significaria uma média anual de US$ 15 bilhões, segundo uma fonte a par das negociações. Esse volume de recursos representaria um corte de cerca de 25% em comparação aos US$ 98,4 bilhões previstos no Plano de Negócios anterior, de 2015 a 2019. O novo plano de negócios será apresentado oficialmente ao mercado nesta terça-feira (13). O patamar só seria maior que o Plano de 2006/2010, que previa US$ 56,4 bilhões, na gestão do então presidente José Sergio Gabrielli.

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Até sexta-feira, ainda se discutia a hipótese de manutenção do patamar de investimentos. Mesmo com a previsão de aportes menores pela Petrobras nos próximos anos, a estatal espera que esse montante seja compensado por recursos privados. Para isso, sua estratégia está focada no fechamento de parcerias.

Segundo a fonte, o objetivo do novo plano é reduzir o endividamento da estatal, que hoje é de US$ 123,9 bilhões, e aumentar a segurança operacional.

Esse é o primeiro plano elaborado na gestão de Pedro Parente, que assumiu em junho deste ano a presidência da estatal. A redução nos investimentos deve ser um pouco superior à esperada pelo mercado, que estimava um corte da ordem de 20%.

A redução proposta por Parente seria menor que a realizada pela gestão anterior. O corte nos investimentos feito por Aldemir Bendine foi mais drástico. O patamar foi reduzido dos US$ 220,6 bilhões do plano 2014/18, na gestão de Graça Foster, para US$ 130,3 bilhões, no Plano 2015/19.

Depois, no início deste ano, na revisão do Plano de Negócios 2015/19, o investimento caiu novamente, desta vez para US$ 98,4 bilhões.

Um executivo próximo à estatal lembrou que Bendine assumiu a presidência da Petrobras em fevereiro do ano passado, no auge da crise da empresa devido ao escândalo de corrupção. Por isso, diz ele, o corte foi maior.

Dívida

O plano de venda de ativos deve ser ampliado nos próximos anos. O foco maior deve ser a busca de parceiros para diversas áreas, como foi o caso do Campo de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, no qual a Petrobras vendeu 66% de sua participação à petroleira norueguesa Statoil. Somente nesse campo estão previstos investimentos de US$ 12 bilhões a US$ 13 bilhões nos próximos anos para seu desenvolvimento.

A Petrobras pretende reduzir fortemente seu nível de endividamento para os próximos anos, diz a fonte. Atualmente, a relação entre dívida líquida e geração de caixa é de 4,49 vezes, segundo balanço do segundo trimestre. Até o último plano de negócios, a empresa previa que a relação ficasse em 3 vezes em 2018. Agora, esse número seria revisto para 2,5 vezes. Isso significa o tempo para pagar a dívida da companhia com a receita de suas operações. Além disso, uma das metas é reduzir a dívida para menos de US$ 100 bilhões já em 2016.

Segundo outro executivo, a redução nos investimentos não deve representar uma queda muito significativa nas metas de produção de petróleo para os próximos anos. Com vários investimentos já em execução, a meta deverá ficar próxima de cerca de 2,7 milhões de barris diários em 2021, pouco inferior aos 2,8 milhões de barris do plano anterior.

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