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O tema é recorrente neste espaço, mas o mercado que determina regras e necessidades parece se dar conta de que tal como está o ambiente de trabalho em muitas empresas - para não falar de outros ambientes -, não dá para continuar, sob pena de se perder clientes ou bons funcionários.

Refiro-me à falta de educação, pura e simples; aquela quebra de respeito a preceitos mínimos de convivência. Respeito: e será que todos entendem exatamente o que isso quer dizer? Nem ousaria escrever "respeito ao próximo" porque pareceria jurássico ou meio bíblico.

Dia desses uma estagiária contava sobre o palavreado cotidiano no ambiente de uma empresa que consta na relação das "melhores para se trabalhar". É um massacre junto aos jovens estagiários que trabalham, são cobrados e têm responsabilidades de funcionários e adultos. Não por isso, mas pelo exemplo oferecido no local, é de estarrecer qualquer pessoa; não conseguiria falar, nem escrever aqui os "palavrões" do cotidiano entre as pessoas, muito menos sobre a maneira vulgar de trato entre colegas.

Espero que isso seja um extremo, mas o fato é que a necessidade das empresas de preencher exigências da arte da convivência humana - que não mais se recebe em casa e que não é missão da escola, embora muitos pais terceirizem essa responsabilidade -, fica cada vez maior.

Coisas banais como redigir um cartão que acompanha um presente, sobrescritar um envelope de modo correto, enviar um e-mail sem erros absurdos de português, criar o texto e lay out para um convite de aniversário interno minimamente decente já é quase serviço para agências de publicidade.

Se as ações corriqueiras são frágeis, imagine preparar um evento, que contenha um pouco mais de detalhes, receber convidados de modo adequado, etc. Recentemente soube que o palestrante num evento comemorativo em local elegante saiu sem almoçar porque ao acabar a apresentação ficou sem ter onde sentar. O grave é que ninguém se deu conta! Constrangido, alegou para os que estava à saída, que tinha compromisso.

Em se tratando de imagem da empresa toda atenção é pouca! Sabe-se que o relacionamento tem peso considerável nas negociações, portanto o melhor é mesmo investir na educação mínima de funcionários.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária, palestrante e escritora, autora de Herança e Cotidiano e Ética: novas crônicas da vida empresarial (2001-2005) (Ambos Ed. Senac-SP).chris@onda.com.br www.andradevieira.com.br

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