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O Banco Central elevou ligeiramente a projeção para o Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2006, mas prevê um crescimento do Produto Interno Bruto abaixo do estimado pelo ministro da Fazenda Antonio Palocci, na semana passada, segundo o qual o país deveria crescer nos mesmos patamares de 2004, quando chegou a 4,9%.

De acordo com a autoridade monetária, a projeção para a inflação no ano que vem passou de 3,5% para 3,8%. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, essa pequena elevação, de apenas 0,3 ponto percentual no cenário de referência no ano que vem, deveu-se à apreciação do câmbio, um menor ritmo de crescimento da atividade econômica em 2005 e a redução nas projeções dos preços administrados para o ano.

Apesar da elevação da projeção, a estimativa do BC fica bem abaixo da meta estabelecida para o próximo ano, de 4,5%.

Em sentido oposto fica a mediana das expectativas prevista pelo mercado em relação ao IPCA de 2006. De acordo com analistas, a previsão para a inflação oficial do ano que vem passou de 4,6% para 4,5%.

Já a projeção de inflação medida para o IPCA em 2005, passou de 5%, em setembro, para 5,7% na primeira quinzena de dezembro, mesma estimativa divulgada pelo mercado, cuja projeção anterior era de 5,2%. O objetivo do governo era de inflação em 5,1%, mas o centro oficial da meta era de 4,5%.

De acordo com o relatório do BC, o avanço é explicado principalmente pela "surpresa inflacionária de outubro", em particular dos preços administrados, como o da gasolina.

O item alimentação também pressionou os preços devido a fatores sazonais relacionados à oferta de alimentos in natura e de carnes bovinas.

O Relatório de Inflação afirma, no entanto, que esse comportamento de preços, na medida em que se confirme ser apenas um movimento pontual, "não deverá apresentar risco na percepção de evolução da inflação".

PIB - O Banco Central projeta um crescimento de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005. A estimativa para o ano é bem menor que a contida no relatório do terceiro trimestre, quando a autoridade monetária apostava em avanço de 3,4%. Para 2006, o BC trabalha com cenário de referência de 4%, abaixo do estimado há alguns dias pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, segundo o qual, ano que vem, a economia deve repetir o desempenho registrado em 2004, quando cresceu 4,9%.

O crescimento de 2,6% em 2005 baseia-se em um cenário de crescimento de 3% na indústria; de 2,1% nos serviços e de 1,5% na agropecuária.

Segundo o BC, a redução na projeção deve-se à desaceleração do ritmo de crescimento verificada no período julho-setembro. "Após o recuo de 1,2% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados, as perspectivas são de recuperação a partir do último trimestre do ano, em decorrência, principalmente, da continuidade do crescimento do emprego, do aumento progressivo da massa salarial real, do reequilíbrio dos estoques no setor produtivo e dos efeitos da flexibilização em curso na política monetária num ambiente de expansão do crédito", diz o relatório.

Segundo a autoridade monetária, a expansão de 2006 deve ocorrer em função das perspectivas favoráveis para o setor agropecuário - principalmente por causa da safra agrícola - e para a indústria em um cenário de flexibilização da política monetária e de sustentação da renda real.

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