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Com a ajuda de ingressos de recursos externos ao Brasil o dólar caiu 1,08% nesta quarta-feira e fechou com seu menor valor desde abril de 2002. A moeda americana terminou o dia valendo R$ 2,273 na compra e R$ 2,275 na venda. Os títulos da dívida externa subiram e o risco-país brasileiro fechou em baixa de 2 pontos, aos 364 pontos centesimais.

O grande apetite de investidores estrangeiros por ativos brasileiros levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a bater um novo recorde histórico nesta quarta-feira. O Índice Bovespa subiu 2,59% e atingiu inéditos 30.837 pontos. É o terceiro recorde em um período inferior a uma semana. Os negócios somaram R$ 2,587 bilhões, a maior marca desde fevereiro.

A bolsa paulista desafia as análises que apontam a iminência de uma correção e segue em alta rápida e expressiva. A valorização acumulada em setembro já está em quase 10%. No pregão desta quarta, o mercado minimizou a alta do petróleo e a queda das bolsas americanas. Os desdobramentos da crise política foram acompanhados, mas sem influência concreta nos negócios.

O otimismo dos investidores ganhou força com rumores de que uma agência de classificação de risco promoveria um "upgrade" da classificação brasileira. O rumor teria origem na viagem do secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, para conversar com representantes de agências de "rating".

Mas as compras de ações já vinham ganhando fôlego desde o final da última semana, quando o Tesouro anunciou sua primeira emissão soberana em títulos denominados em reais. A operação, fechada na segunda-feira, rendeu R$ 3,4 bilhões e foi um sucesso, levando em conta também a demanda bem superior à oferta.

Segundo Nicolas Balafas, consultor de investimentos da Planner Corretora, a Bovespa também vem garantindo bom desempenho levando em conta questões como a cassação do deputado Roberto Jefferson e o início dos cortes de juros. Quando à cassação de Jefferson, ele cita a provável redução nos ataques ao governo. Mas a pesquisa Ibope, revelando forte queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também não abalou os investidores.

- O país está crescendo e fazendo superávits muito importantes. Isso dá uma sensação de solidez muito forte - disse o analista.

As ações dos setores de siderurgia e mineração foram o destaque do dia. Caemi PN fechou em alta de 8,05% e foi a maior alta do Índice Bovespa. Também se destacaram Vale do Rio Doce ON e PNA, que subiram 5,37% e 4,74%, respectivamente.

DÓLARO dólar já começou o dia em baixa, aliviado pela ausência de leilões de "swap" do Banco Central. O fluxo cambial ficou positivo durante todo o dia, o que determinou a tendência de queda. Além disso, houve influência da tendência externa de desvalorização do dólar.

- Não houve novidade em relação ao depoimento do banqueiro Daniel Dantas nas CPIs. Aliás, o que havia de se esperar em um depoimento garantido por um hábeas-corpus preventivo? - disse Mário Battistel,diretor de câmbio da corretora Novação.

Sem preocupações com o cenário político, o mercado voltou a se preocupar apenas com os fundamentos internos da economia, como os superávits obtidos pelo país e a boa demanda internacional por ativos nacionais. Com isso, os investidores ignoraram a alta dos preços do petróleo e a queda das bolsas americanas.

Segundo Battistel, a volta do Banco Central às compras de dólares no mercado à vista já não é dada como certa no mercado. Isso porque o BC, ao retomar as compras de dólares, terá de emitir títulos, aumentando a dívida pública.

JUROS Acompanhando o bom desempenho dos mercados em geral, as taxas de juros do mercado futuro fecharam em baixa. O mercado futuro trabalha em compasso de espera da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento, a ser divulgado nesta quinta-feira, deve detalhar os motivos da redução da taxa Selic em 0,25 ponto percentual e talvez sinalize os próximos passos da política monetária.

Nos negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 19,36% ao ano, contra 19,39% do fechamento anterior. O DI de abril do ano que vem fechou com taxa de 18,54% anuais, frente aos 18,62% anteriores. A taxa do DI de janeiro de 2007 recuou de 17,65% para 17,60% anuais.

PARALELO As cotações do dólar paralelo negociadas em São Paulo e no Rio de Janeiro fecharam estáveis nesta quarta-feira. Em São Paulo, o "black" ficou em R$ 2,45 na compra e R$ 2,58 na venda. No Rio, em R$ 2,35 na compra e R$ 2,45 na venda. O dólar turismo de São Paulo caiu 0,41%, a R$ 2,27 e R$ 2,41 na compra e venda, respectivamente.

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