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O mercado acionário teve uma quarta-feira de extremos, tendo como principal referência o cenário político. Depois de ter caído até 1,20%, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,72%, com 25.704 pontos e volume financeiro de R$ 1,551 bilhão.

O cenário político mexeu com os negócios no mercado de câmbio, mas teve efeito limitado sobre as cotações do dólar. No mercado à vista, a moeda americana fechou perto da estabilidade (alta de 0,08%), cotada a R$ 2,343 na compra e R$ 2,345 na venda.

BOVESPA - O temor de um agravamento da crise política foi o motivo que levou a bolsa a cair com força pela manhã, pelo menos até o início do depoimento de Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. Na ausência de elementos que comprometessem integrantes da cúpula do governo, as ordens de venda perderam força.

A recuperação foi liderada pelas ações dos setores de siderurgia e mineração, vedetes da bolsa em momentos de melhora de humor. Praticamente todas as ações desse segmento subiram, tendo como principais compradores os investidores estrangeiros. As ações do setor elétrica acabaram pegando carona e também se destacaram na alta. O Índice de Energia Elétrica (IEE) fechou com alta de 2,31%.

- As ações de siderurgia e mineração são as mais procuradas porque o mercado entende que, mesmo que a demanda internacional diminua, esses setores ainda terão desempenho superior à média - disse Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros.

Entre as 55 ações do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Usiminas PNA (+5,34%) e CSN ON (+4,97%). As quedas mais significativas do índice são de Aracruz PNB (-1,04%) e Tim Participações ON (-1,02%).

DÓLAR - A tensão com a crise política era forte no período da manhã, enquanto o mercado repercutia as notícias sobre saques de parlamentares no Banco Rural. O depoimento de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios também motivou um movimento defensivo por parte dos investidores. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,366 na ponta de venda, com alta de 0,98%.

Mas a pressão de compra perdeu fôlego no período da tarde, já que houve melhora em vários outros mercados, nacionais e internacionais. O risco-país voltou a cair e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) engrenou uma forte valorização, liderada por investidores estrangeiros. No cenário externo, queda dos preços do petróleo e alta das bolsas também contribuíram para amenizar a pressão no câmbio.

- Pela manhã houve um pouco mais de saída de recursos, com os estrangeiros temendo um "barraco" na CPI dos Correios. Mas à tarde o fluxo se equilibrou, com uma participação maior dos vendedores - disse um profissional de um banco estrangeiro.

As projeções dos juros negociadas no mercado futuro fecharam em leve baixa na maioria dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). As oscilações foram pequenas devido à expectativa em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina nesta quarta-feira.

Os negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) mostraram que foi unânime a aposta na manutenção da taxa Selic nos atuais 19,75% ao ano. As apostas na manutenção levam em conta o discurso das atas do Copom, que acenam com a manutenção dos juros em um período prolongado.

Por outro lado, os índices vêm mostrando deflação crescente dos preços, o que sugere necessidade de corte dos juros. Nesta quarta-feira, o destaque foi a deflação de 0,25% medida pela segunda prévia do IGP-M de julho.

JURO - O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,55% ao ano, contra 19,58% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa ajustada de 19,11% para 19,09% anuais. Já a taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,55% para 17,57% anuais.

PARALELO - As cotações do dólar paralelo negociadas em São Paulo e no Rio de Janeiro fecharam estáveis. Em São Paulo, o "black" terminou o dia a R$ 2,56 na compra e R$ 2,66 na venda. No Rio, a cotação ficou em R$ 2,40 na compra e R$ 2,60 na venda. O dólar turismo de São Paulo subiu 0,40%, a R$ 2,32 e R$ 2,51 na compra e venda, respectivamente.

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