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O segmento das pequenas empresas no país registrou, em 2003, um aumento nos níveis de emprego e, ao mesmo tempo, queda na massa salarial. A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, nesta quarta-feira, divulgou as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, constituído a partir das pesquisas econômicas anuais nas áreas de indústria, comércio, serviços e construção e, ainda, da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho.

De acordo com o estudo, em 2003, o número de empresas ativas no Brasil chegava a 4,7 milhões, com 28,5 milhões de assalariados. Desse total, quase 67% (ou 19 milhões) trabalhavam em empresas, enquanto 33,1% dividiam-se entre a administração pública e as entidades sem fins lucrativos. Na comparação com 1996, quando o total de empregados em empresas era de 14,8 milhões, o aumento chegou a 28,3%.

Considerando-se o tamanho das empresas, o pessoal assalariado e a massa salarial estavam concentrados nas empresas grandes (com 100 ou mais pessoas ocupadas). Em 2003, elas eram responsáveis por metade do emprego formal e quase 69% dos salários pagos pelas empresas. Entretanto, entre 1996 e 2003, houve redução de 7,0 pontos percentuais na participação do pessoal assalariado nas empresas grandes, passando de 56,9% para 49,9%, enquanto que naquelas com até 29 empregados houve aumento de 6,4 pontos percentuais (de 27,7% para 34,1%).

Em relação aos salários pagos, o aumento na participação das empresas com até 29 empregados foi menor (5,6 pontos percentuais) que o aumento verificado no emprego, passando de 13,0% para 18,6%. Nas empresas com 100 ou mais empregados, a concentração dos salários pagos manteve-se alta (de 76,0% para 68,0%), apesar da redução de 7,6 pontos percentuais. Embora a concentração dos maiores salários esteja nas empresas grandes, a diferença entre estas e aquelas com até 29 pessoas ocupadas diminuiu de 2,85 vezes em 1996 para 2,52 vezes em 2003.

Entre 1996 e 2003, a Indústria manteve-se como a principal atividade econômica, mas diminuiu sua participação em empregos e salários. Cresceu em 6,4 pontos percentuais a participação, em empregos, das empresas com até 29 pessoas ocupadas. Já o valor médio real dos salários caiu 11%, de R$ 590,00 para R$ 525,29.

Tanto em 1996 como em 2003, considerando-se o número de empresas, a principal atividade era o Comércio (48,4% e 52,2% do total), seguido das Indústrias de transformação (16,8% e 14,9% do total) e das Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (9,1% e 8,8% do total).

Em termos de pessoal assalariado, a maior participação foi da Indústria, nos dois períodos analisados (32,6% e 29,9%). O Comércio (21,9% em 1996 e 25,8% em 2003) foi a atividade com maior ganho (3,9 pontos percentuais) em termos de pessoal assalariado, influenciado, sobretudo, pelo Comércio Varejista, que cresceu de 14,1% para 17,4%.

Apesar de ser a principal atividade empregadora, observa-se que a Indústria reduziu sua participação no número de empregados em 2,7 pontos percentuais entre 1996 e 2003. Quinta atividade mais importante em emprego, a Construção foi a segunda em termos de redução no total de pessoas assalariadas, no período, passando de 6,2% para 5,4%.

Quanto aos salários pagos, nota-se, novamente, a importância da Indústria que, apesar de ter reduzido sua participação relativa, entre 1996-2003, em 2,8 pontos percentuais (de 38,4% para 35,6% do to tal de salários), mantém-se como a principal atividade, concentrando mais de um terço do total de salários pagos nos dois períodos.

O Comércio, segunda atividade em termos de massa salarial, aumentou sua participação em 2,6 pontos percentuais (de 13,8% para 16,4%). Apesar do aumento, a participação do Comércio no total de salários pagos ainda representava menos da metade da Indústria.

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