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Unidade da Inspirar, empresa que oferece cursos de fisioterapia e na área de saúde: em expansão | Divulgação
Unidade da Inspirar, empresa que oferece cursos de fisioterapia e na área de saúde: em expansão| Foto: Divulgação

Educação

Necessidade de capacitação abre mercado

Diante da necessidade de maior capacitação dos profissionais, as franquias de ensino e cursos profissionalizantes vêm conquistando espaço no mercado. Em Curitiba, a Inspirar, da área de saúde, iniciou um processo de expansão há dois anos e hoje conta com unidades em várias cidades do país, como Florianópolis, São Paulo, Fortaleza, Teresina e Salvador. Com taxa de franquia de R$ 20 mil e outros R$ 80 mil para investimento em infraestrutura, o tempo de retorno do dinheiro aplicado é previsto em 18 a 24 meses.

"A grande vantagem da franquia é que o franqueado vai estar ingressando num sistema que já está testado e funcionado. Vai entrar num mercado que está sendo consumido. É diferente de abrir um novo negócio, em que você ainda precisa testar seu sistema para validá-lo", diz Ricardo Carneiro Ribeiro, de 43 anos, especialista em franchising e responsável por formatar o modelo de franquia da Inspirar. A empresa deu atenção especial à capacitação em gestão dos novos franqueados, visto que muitos deles vêm da área de saúde, e não têm conhecimento de como administrar o próprio negócio. "Foi uma preocupação muito grande nossa, de oferecer essa qualificação", conta Ribeiro.

Ex-executivo de uma grande empresa, Dalton Carvalho, 44 anos, encontrou na franquia a oportunidade de abrir um negócio próprio. Há dez meses ele é franqueado master no Paraná e Santa Catarina da Prepara, escola de cursos profissionalizantes. O investimento inicial gira em torno de R$ 60 mil a R$ 150 mil, e o tempo de retorno previsto varia de 15 a 24 meses. "Há duas coisas importantes na franquia. Uma é a que a franqueadora auxilia, formalmente, o andar do negócio, tirando suas dúvidas. É uma espécie de consultoria gratuita enquanto durar o seu negócio. A outra coisa, que pouca gente fala, é que o franqueado passa a fazer parte de uma grande família. A troca de experiência entre franqueados é tão importante quanto a próprio auxílio da franqueadora", diz.

Breno Baldrati

Entre as mais de 400 opções de modelo de franquia apresentados na maior feira do setor, a ABF Franchising Expo, que terminou na semana passada em São Paulo, existem ofertas de negócio com investimento inicial de R$ 2,5 mil. As microfranquias, nome dado aos negócios que pedem investimento de até R$ 50 mil, são as coqueluches da área, avaliam especialistas.

De olho nesse crescimento, empresas que possuem experiência nesse mercado lançam opções de negócio com valores iniciais de investimento cada vez mais baixos. "Não ganhar na implantação da franquia e trabalhar num sistema de royalties fixo [de um salário mínimo] permite que o gasto inicial do franqueado não seja alto", explica o empresário Edson Ramuth.

Médico por formação, Ra­­muth apostou em modelos de negócio com baixo investimento desde o lançamento de sua primeira franquia, a Emagrecentro, em 1987. Seus dois novos produtos, o Auto Spa Express e o Light-Depil, possuem investimento inicial de R$ 2,5 mil a R$ 4,5 mil e, em dois meses, contam com 25 franqueados.

O primeiro é voltado para lavagem automotiva, focado em uma frota de mais de 60 milhões de veículos. Pode funcionar em casa, em estacionamentos comerciais e com atendimento em domicílio. Os franqueados são, em geral, homens. Para atender o público feminino, Ramuth apostou em depilação. Com R$ 4,5 mil, o franqueado recebe treinamento em gestão e utilização do aparelho de luz pulsada utilizado na depilação, o aparelho e o material promocional. "Uma esteticista ganha no mercado um salário médio de R$ 700. Como empreendedora, pode alcançar ganhos de R$ 6 mil mensais", explica.

Setor imobiliário

Até o mercado de imóveis vem ganhando o olhar atento das franquias que exigem baixo investimento. É o caso da Re/Max. Em menos de dois anos de operação, a rede comercializou 144 unidades e está com 73 em operação. Para o diretor de expansão da marca, Mario Gasperini, a exigência de investimento de R$ 25 mil e o retorno em 18 meses têm atraído a atenção de corretores de imóveis. O diferencial do modelo, segundo Gasperini, é conectar o franqueado a uma rede com mais de 100 corretores atuantes em 86 países. A expectativa, diz ele, é fechar o segundo ano de operação da rede de franquias no Brasil com crescimento de 100%.

São os serviços, como os voltados ao setor imobiliário, que respondem pela maior fatia das microfranquias. A média de valor pedido para iniciar negócios voltados a atividades como reforço escolar, cuidado com pessoas, manutenção e ensino de idiomas gira em torno de R$ 20 mil.

Poder trabalhar em casa, no sistema de "home-based", também é outro fator que barateia os custos de implantação do negócio. O segmento de negócios, serviços e outros varejos compõe cerca de R$ 21 bilhões do total do faturamento do setor de franquias (27,6%), que fechou 2010 com R$ 75 bilhões. A expectativa é que esse mercado cresça 15% neste ano, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

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