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As empresas brasileiras estão em guerra com as redes sociais, parar de trabalhar faz mal a saúde, fazer uma proposta de emprego logo após a entrevista com o candidato é vantajoso para as empresas e ter medo do desemprego é um sinal de que você pode estar prestes a perdê-lo.Todas essas são conclusões de trabalhos recentes feitos por economistas, psicólogos ou institutos de pesquisa, no Brasil e no exterior. Para mostrar um pouco de um lado que pode passar desapercebido na correria do dia a dia, a Gazeta do Povo reuniu seis trabalhos científicos que revelam um pouco mais sobre o mundo corporativo.

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Empregadores às vezes ficam receosos em fazer uma proposta de emprego logo após uma entrevista. Uma pesquisa feita por três professores norte-americanos, no entanto, mostra que quanto mais rápida a proposta, maior a chance de o candidato aceitá-la. O estudo analisou 3.012 casos de uma grande companhia, incluindo candidatos estudantes (906) e profissionais com experiência (2.106). Os dois grupos se mostraram mais propensos a aceitar uma oferta rápida. E o mais importante: após analisar o desempenho dos profissionais, os professores também constataram que não há diferença em produtividade entre os candidatos contratados após uma proposta rápida e aqueles contratados após uma proposta mais demorada. Ou seja, como diz a pesquisa: "Parece que os empregadoress podem se beneficiar em acelerar o processo de oferta de emprego após a entrevista, aumentando a taxa de aceitação e reduzindo o tempo de vagas em aberto, sem comprometimento do desempenho."

Fonte: "The Effect of Job Offer Timing on Offer Acceptance, Performance, and Turnover", publicado no "Personnel Psychology"

O Brasil e as redes sociais

As empresas brasileiras são as menos tolerantes com o uso de redes sociais no trabalho. Enquanto em todo o mundo a média de empresas que possuem alguma política para uso das redes sociais é de 20%, no Brasil o número é de 55%. A maioria dos empresários brasileiros (77%) aponta a perda de produtividade como motivo para a adoção de uma política. Se divididas pelas áreas em que atuam, as empresas de finanças são as mais controladoras (81%), seguidas das firmas do setor de transportes (65%) e de administração pública e educação (58%). A Europa em geral apresenta baixo índice de controle. Na Polônia, por exemplo, só 1% das empresas têm alguma política desse tipo. A pesquisa é da empresa de recursos humanos Manpower, publicada em janeiro deste ano.

Fonte: "Social Networks vs. Management Harness? The Power of Social Media", da Manpower

A aposentadoria mata

Quem para, morre. Várias pesquisas parecem indicar que deixar de ter uma ocupação pode ter um impacto relevante na saúde. Um estudo com idosos ingleses mostra que a aposentadoria "aumenta significativamente o risco de ser diagnosticado com uma doença crônica. Em particular, aumenta o risco de desenvolver uma doença cardiovascular e de ser diagnosticado com câncer." Outra pesquisa feita em vários países europeus com pessoas com mais de 50 anos mostra que a aposentadoria também tem um efeito negativo no processo cognitivo. "A aposentadoria desempenha um papel fundamental na explicação do processo de deterioração cognitiva", conclui o estudo. A ideia aqui é que você não está mais devagar porque seu metabolismo está mais devagar, mas que seu metabolismo está mais devagar porque você está mais devagar.

Fontes: "How Does Retirement Affect Health?" do "IZA Discussion Paper No. 4253" e "Aging, cognitive abilities and retirement in Europe" do "Centre for Economic and International Studies"

A ética no trabalho

Para os brasileiros, os empresários de companhias privadas são tão corruptos quanto os de empresas públicas. Uma pesquisa do Datafolha revela que 72% da população acredita que há gente corrupta nos dois grupos. Para 69%, há corrupção em bancos e financeiras. Alguns brasileiros (10%) também afirmam ter mudado ou decidido o voto em uma eleição em troca de um emprego. Destes, 29% acreditam que a atitude é moralmente aceitável. Outros 59% acham que a atitude é errada. Entre a população em geral, o número de pessoas que reprova a atitude é bem maior: 89%. A pesquisa também abordou a questão de levar material ou equipamento do trabalho para casa, sem autorização da empresa, e o ato de pagar para obter um atestado médico: em ambos os casos, 8% da população admitiu ter realizado uma das duas coisas.

Fonte: "83% dos brasileiros admitem já ter cometido pelo menos uma prática ilegítima", do Datafolha

O medo do desemprego

Um estudo conduzido nos Estados Unidos e no Reino Unido chegou a três conclusões importantes sobre o medo do desemprego. O primeiro é que esse medo tende aumentar entre pessoas que já estiveram desempregadas ou possuem alguém próximo que teve uma experiência de desemprego. O segundo achado é que ter medo de perder o emprego é um indicador de que o indivíduo pode estar de fato prestes a perdê-lo. Ou seja, quem tinha muito medo de perder o emprego acabou perdendo. Segundo os quatro professores do estudo, isso mostra que os empregados possuem informações relevantes sobre a possibilidade de perder o emprego e essa informação é capturada em seus relatórios sobre a percepção do desemprego. A última conclusão é que, para os homens, o medo de desemprego também afeta negativamente a possibilidade de um aumento de salário. O mesmo não foi possível dizer para as mulheres, grupo em que não foi encontrada uma correlação forte entre salário e percepção do desemprego.

Fonte: "Job Insecurity and Wages" do "Economic Journal, Vol. 117, No. 518, pp. 544-566"

O bebê e a carreira

O presidente Lula mostrou preocupação na semana passada com a licença maternidade de seis meses, atualmente em discussão no Congresso. Segundo ele, a licença de 120 dias poderia aumentar o desemprego entre as mulheres. O tema é debate de longa data entre economistas, e as evidências apontam que de fato há uma desvantagem em tirar uma pausa para ter bebês – pelo menos no que concerne ao crescimento profissional e ao salário ao longo da carreira. Três professores americanos realizaram um estudo avaliou os estudantes de MBA da Chicago Booth School of Business, uma das mais tradicionais escolas de negócios do mundo e não raro de onde saem os próximos líderes das grandes empresas. A pesquisa avaliou os estudantes desde seu histórico antes do MBA, o desempenho durante o curso e o que aconteceu depois de formados. Há uma diferença pequena entre o desempenho dos homens antes de ingressar no MBA (mulheres apresentaram histórico levemente pior) e nas disciplinas escolhidas pelos dois grupos durante o curso (eles optam por mais aulas de finanças). A grande diferença ocorre depois que eles seguem para o mercado. Mulheres sem filhos atingem o mesmo patamar dos homens em relação a salários e promoções, mas quando aparecem os filhos, há uma queda de 40% no potencial de remuneração ao longo da carreira. "As penalidades pecuniárias de menos horas de trabalho e qualquer descontinuindade na carreira são enormes", concluem os pesquisadores.

Fonte: "Dynamics of the Gender Gap for Young Professionals in the Corporate and Financial Sectors"

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