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Jorge Curi Neto: diálogo é terapêutico | Daniel Caron/ Gazeta do Povo
Jorge Curi Neto: diálogo é terapêutico| Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo

Projeto apoia o diálogo entre os funcionários

O Tribunal de Contas do Paraná está implementando um projeto para aumentar a interação entre os funcionários. Chamado de Projeto Diálogo, o programa cria grupos por temas de afinidade e prevê encontros mensais entre os participantes. As temáticas variam de beleza feminina a cachorros e de teatro a motocicletas. "A ideia é quebrar esse problema, que parece que vem piorando nos últimos anos: as pessoas mal estão se cumprimentando, mesmo trabalhando a poucos metros um do outro", diz o fundador e gestor do projeto, Jorge Cury Neto. "É um trabalho que ressalta a importância terapêutica do diálogo, da troca de experiência e do fortalecimento das relações interpessoais", afirma ele.

Na pesquisa realizada para a Gazeta do Povo, 18% dos curitibanos disseram que a relação com os colegas é estritamente profissional e que não se encontram com eles fora do expediente. Pouco mais de 40% disseram que raramente saem com os colegas de trabalho e 30% afirmaram que frequentemente encontram-se com os pares.

Amor

Quase metade dos entrevistados– 47% –também afirmou que jamais teria um relacionamento com um colega da mesma empresa porque isso fere seus princípios éticos. 23% disseram que se relacionariam, caso tivessem a oportunidade, e 26% afirmaram que já tiveram um relacionamento amoroso com um colega.

A falta de reconhecimento e de elogios são as duas maiores reclamações dos trabalhadores curitibanos em relação a seus chefes, de acordo com uma pesquisa exclusiva feita pelo Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo. Quase 15% dos empregados de empresas públicas e privadas da capital citam o não reconhecimento do esforço dos colaboradores como o maior defeito dos superiores. Outros 11% dizem que a falta de elogio aos bons resultados é o maior problema. Na sequência, aparecem as decisões equivocadas (11%), a resistência a novas ideias (9%) e a falta de capacidade em ensinar e a ajudar no desenvolvimento dos subordinados (5%).

Para Cesar Rego, gerente da regional Sul da consultoria de recrutamento Hays, o resultado indica a ausência de políticas formais de avaliação de desempenho. "O feed­­back no dia a dia pode ser algo muito sutil e subjetivo, o que acaba dando margem a diferentes interpretações. Por isso é importante que a empresa tenha uma avaliação formal de como o funcionário está se saindo. É nesse momento que devem ser apontados os pontos a desenvolver e é quando aparecem os elogios. É a oportunidade para uma análise quantitativa, de resultados, e qualitativa, de comportamento, do funcionário", afirma ele.

A pesquisa também mostrou que um em cada cinco curitibanos já pediu demissão devido a dificuldades de relacionamento com o chefe. De acordo com Carla Virmond Mello, diretora para a Região Sul da consultoria de transição de carreira e desenvolvimento profissional LHH/DBM, de fato há casos de incompatibilidade entre funcionários e superiores em que a solução é a saída da empresa, mas muitas vezes os subordinados fazem uma autoavaliação pouco crítica da situação de conflito. "Existe muita atenção destinada à questão da liderança, mas pouco se discute sobre o que é ser liderado", diz ela. "Ninguém precisa adorar o chefe. Se isso acontecer, ótimo, mas, se não acontecer, o funcionário tem de cuidar do seu desempenho e de sua performance. O que vejo é que cada vez mais as pessoas estão tomando decisões emocionais, levando a questão para o lado pessoal, quando deveriam ser mais racionais e profissionais. É uma questão de falta de maturidade", argumenta.

Mariciane Gemin, sócia-gerente da filial de Curitiba da Asap, empresa de recrutamento e seleção especializada em média gerência, diz que é comum encontrar profissionais que pedem "demissão do chefe", e não da empresa. "Cabe ao gestor estar preocupado em oferecer oportunidades aos seus subordinados", lembra ela.

Ética

Mais da metade dos entrevistados – 53% – afirmou que a conduta ética das empresas e órgãos públicos está em declínio e 23% afirmaram que já realizaram uma tarefa no trabalho que não condiz com seu princípio ético. "É bom lembrar que empresa não tem ética; as pessoas têm", diz Mariciane. "Hoje toda organização é voltada para resultado, mas a que custo e a que preço? Aí vai de cada um não corromper seus valores", diz.

Assédio

De acordo com a pesquisa, 9% dos curitibanos já sofreram assédio sexual no trabalho. Desses, 36% fizeram algo a respeito. O restante ou não se incomodou ou preferiu não tomar uma atitude.

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