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O EMBI+ Brasil, indicador que mede o risco-país brasileiro, caiu 12 pontos nesta quarta-feira e marcou um novo piso histórico, aos 302 pontos centesimais. Isso significa que o grau de confiança do investidor estrangeiro na economia brasileira nunca foi tão grande.

O dólar voltou a perder valor nesta quarta-feira, refletindo principalmente a redução do volume de compras do Banco Central. A moeda americana fechou em queda de 1,66%, a R$ 2,307 na compra e R$ 2,305 na venda. Às 17h, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 1,32%, aos 33.504 pontos.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pegou carona no bom humor do mercado internacional e fechou em alta de 1,36% nesta quarta-feira, aos 33.517 pontos. Os negócios somaram R$ 2,3 bilhões, excluídos os R$ 700 milhões do leilão de venda do Banco do Estado do Ceará (BEC). Especulações em torno da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também contribuíram para a alta das ações.

O EMBI+ Brasil, que mede o risco-país, é calculado pelo banco de investimentos americano JP Morgan, que calcula o risco somente para países emergentes. O indicador é baseado nos juros pagos por uma cesta de títulos da dívida externa de cada país. Quanto maiores os juros pagos por esses papéis, maior o nível de risco.

Portanto, a queda desta quarta é conseqüência direta da valorização dos títulos da dívida brasileira. O principal deles é o Global 40, bônus global de 40 anos. O papel subia 0,69% no final da tarde, aos 128,25% do seu valor de face. É o maior valor já registrado pelo Global 40, que também passou a pagar juros inferiores a 7% ao ano.

O pico registrado pelo indicador aconteceu no dia 27 de setembro de 2002. Na época, o EMBI+ fechou aos 2.436 pontos centesimais, refletindo o nervosismo dos mercados poucos dias antes da eleição presidencial que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde que o governo anunciou a liquidação antecipada da dívida junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que os analistas prevêem uma queda maior do risco-país, rompendo inclusive o patamar dos 300 pontos. A antecipação do pagamento de US$ 15,5 bilhões foi vista como sinal de solidez econômica do país, que se livra do vínculo com o Fundo.

Dólar

A queda desta quarta-feira foi a segunda baixa seguida do dólar, que chegou a subir por nove dias consecutivos. A baixa foi mais uma vez atribuída ao Banco Central, que desde terça-feira reduz o volume de contratos de swap reverso em cerca de US$ 200 milhões. Isso significa que o BC passou a comprar menos dólares no mercado de derivativos.

Outros fatores contribuíram para a valorização do real. Operadores também ressaltam que o fluxo cambial positivo é outro fator que favorece a queda do dólar. Captações externas fechadas recentemente estariam ingressando aos poucos no país, reforçando a desvalorização do dólar. Além disso, a quarta-feira foi de bom humor no mercado internacional.

Ações

Segundo Gustavo Alcantara, gestor da administradora de recursos Mercatto, a alta da bolsa acompanhou um ambiente internacional bastante tranqüilo, devido às previsões de continuidade do crescimento da economia global. O otimismo começou com as bolsas asiáticas e passou para as européias e americanas. Todos os países emergentes tiveram desempenho positivo. No Brasil, o destaque foi a queda do risco-país para um novo piso histórico.

- O mercado também trabalhou embalado por aposta otimistas para a ata do Copom. O investidor quer encontrar na ata alguma pista que indique um corte maior nos juros a partir de janeiro - disse Alcantara.

Entre as ações que fazem parte do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Celesc PNB (+4,28%) e Unibanco Unit (+4,21%). As quedas mais significativas do índice foram de Brasil Telecom Participações ON e PN, que recuaram 7,14% e 2,40%, respectivamente.

Juro Futuro

As projeções dos juros fecharam em baixa na maioria dos vencimentos na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A expectativa do mercado futuro de juros é com a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quinta-feira. O documento vai detalhar os motivos da redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual, e não em 0,75 ponto, como queriam dois dos oito diretores do Banco Central que integram o comitê.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril de 2006 ficou estável, com taxa de 17,36% ao ano. O DI de outubro teve a taxa reduzida de 16,58% para 16,54%. A taxa de janeiro de 2007 caiu de 16,42% para 16,35% ao ano. A taxa Selic é hoje de 18% ao ano.

Black

O dólar paralelo negociado em São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 0,40% nesta quarta-feira, cotado a R$ 2,42 na compra e R$ 2,52 na venda. O dólar turismo recuou 0,41%, a R$ 2,30 e R$ 2,45 na compra e venda, respectivamente.

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