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A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) reduziu a projeção de crescimento do setor em 2005 de 2% para 1,5%, mas mesmo assim o setor terá o melhor Natal dos últimos quatro anos. Segundo João Carlos de Oliveira, presidente da entidade, o crescimento menor será resultado da queda de vendas em novembro e de um crescimento em dezembro abaixo do estimado.

- Para o período de 10 dias que antecede o Natal, a previsão é de vendas positivas, com alta de 10% a 12%. Mas, para o mês todo, o aumento deve ser de 4% na comparação com dezembro do ano passado. Com isso, o ano fecha com alta de 1,5% a 1,6% - disse Oliveira.

Oliveira afirmou que as vendas dos primeiros 20 dias de dezembro não foram ruins, mas estão 'longe de ser uma maravilha'. O movimento maior nos supermercados é esperado para esta semana. Neste Natal, os produtos importados voltaram a ganhar importância para o setor e estão cerca de 20% mais baratos do que em 2004. A participação dos estrangeiros nas vendas totais deste ano será de 2%, acima do percentual de 1,8% de 2004.

- Com o câmbio mais baixo, houve aumento de variedade de produtos importados, o que impulsiona as vendas. As cestas de importados são procuradas tanto para a ceia quanto para presentes - diz o presidente da Abras, explicando que o aumento na cotação do dólar nos últimos dias não afeta os preços, pois as encomendas já foram pagas.

Em novembro, as vendas reais dos supermercados em novembro caíram 3,31% na comparação com outubro. Na comparação com novembro de 2004, a queda é de 2,33%. Os valores foram deflacionados pelo IPCA. No acumulado de janeiro a novembro, o setor apresenta aumento de 1,23% nas vendas reais. Para a Abras, o que mais preocupa é a comparação com 2004.

- A queda em relação a outubro era esperada, por razão sazonal. O que nos preocupa é a comparação com novembro de 2004. Esperávamos uma queda, mas menor. Infelizmente, com isso, o acumulado do ano, que já foi de uma alta de 8,63%, caiu para 1,23% - disse.

De acordo com a entidade, a redução em relação a outubro pode ser atribuída ao calendário, já que novembro teve 30 dias e quatro fins de semana, contra 31 dias e cinco fins de semana de outubro. Para a Abras, o baixo poder aquisitivo da população, o desemprego e as altas taxas de juros inviabilizam investimentos produtivos e dificultam o acesso ao crédito, gerando impacto negativo nos resultados do setor.

Em novembro, a Abras/Mercado, cesta composta por 30 produtos de grande consumo, apresentou alta de preço de 1,93% na comparação com outubro, passando de R$ 193,01 para R$ 196,74. As maiores altas foram registradas na batata (65,38%), tomate (46,35%), cebola (27,58%). As principais quedas foram detectadas nos preços do xampu (-3,94%), mussarela (-3,37%) e papel higiênico (-3,24%).

Para 2006, Oliveira acredita que os resultados dos supermercados tendem a melhorar por conta do cenário econômico.

- Os analistas projetam alta de até 5% no Produto Interno Bruto (PIB), além de queda nos juros, desemprego menor e mais acesso ao crédito. Tudo isso, somado ao aumento do salário mínimo, sinaliza um 2006 melhor - disse.

De acordo com o presidente da Abras, seria bom que o setor repetisse em 2006 o resultado do ano passado, quando cresceu 2,57%.

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