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Peggy Distefano, Raquel Schaitza e Eliana Stabile, donas da Versão Brasileira Traduções, em Curitiba | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Peggy Distefano, Raquel Schaitza e Eliana Stabile, donas da Versão Brasileira Traduções, em Curitiba| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Treinamento

Técnicas de tradução e interpretação para executivos

Executivos de multinacionais atendidas pela Versão Brasileira Traduções relatavam com frequência que achavam mais difícil entender inglês em apresentações mundo afora e ler textos corporativos do que falar inglês. "Essa percepção confirma-se em pesquisas que mostram que passamos 70% da vida nos comunicando, e desse total 45% do tempo ouvindo, 30% falando, 16% lendo e 9% escrevendo. Ou seja, ao contrário do que costuma imaginar, compreender um idioma escrito e oral com precisão é duas vezes mais útil que falar", diz Raquel Schaitza. Por isso, ela e suas sócias, Eliana Stabile e Peggy Distéfano, idealizaram o "Precision Communication", um programa rápido para executivos fluentes em inglês que querem dominar as técnicas de tradução e interpretação nos negócios. A empresa também abriu um curso em formato modular (Programa Bases da Interpretação da Conferência), voltado à formação de intérpretes, com foco em situações formais.

Competências

Saiba que qualidades tradutores e intérpretes precisam desenvolver

Tradutores

1. Dedicar ao aprendizado do português o dobro do tempo que dedicou à língua estrangeira.

2. Detectar as nuances do significado original e construir uma tradução natural.

3. Saber usar termos e expressões no contexto correto.

4. Manter-se atualizado sobre as mais recentes tecnologias de auxílio à tradução.

5. Ser sensível às necessidades do cliente e cumprir prazos.

Intérpretes

1. Ter boa articulação verbal, riqueza vocabular e perfil para falar em público.

2. Exercitar habilidades como mémória e concentração.

3. Ter excelente cultura geral e interesse contínuo por aprender.

4. Ser capaz de analisar todas as nuances da mensagem original.

5. Ter aptidão para trabalhar em equipe e lidar com clientes.

Fonte: Versão Brasileira Traduções, Danilo Nogueira e Kelli Semolini (autores do blog Tradutor Profissional)

A ascensão do Brasil no cenário internacional e a fama de país das oportunidades atraíram empresas de diversas nacionalidades para as cidades brasileiras e colocaram em evidência os profissionais de tradução e interpretação. Além da Copa do Mundo e das Olimpíadas que vem por aí, o país virou um polo de negócios e passou a receber um número crescente de eventos e congressos acadêmicos. A soma disso tudo fez com que o mercado brasileiro de tradução crescesse 57% de 2009 a 2011, movimentando US$ 18 bilhões, segundo um estudo da consultoria americana Common Sense.

Depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Curitiba é a capital que mais demanda esse tipo de profissionais. O leque de possibilidades é extenso, mas, de forma geral, a aplicação dos serviços de tradução e interpretação têm se destacado principalmente na área jurídica, com a tradução juramentada, e nas áreas médica e técnica, afirma o diretor da Millennium Traduções e Interpretações, Pérsio Burkinski.

"Recentemente fizemos um treinamento oral de aproximadamente um mês na fábrica da Renault, em São José dos Pinhais, para a implantação de uma nova linha de montagem que veio da Itália. Os técnicos italianos vieram repassar aos profissionais brasileiros informações sobre o funcionamento", contou Burkinski, dando um exemplo claro de como as oportunidades estão distribuídas nos mais diversos segmentos.

A profissão não exige diploma e é regulamentada apenas para tradutor público e intérprete comercial. Contudo, saber se comunicar no idioma desejado não basta para trabalhar como tradutor ou intérprete, alerta a sócia da Versão Brasileira Traduções, Raquel Schaitza, que trabalha há 25 anos na área. "O tradutor é o analista mais profundo de um texto. Ele precisa compreender a mensagem em todas as nuances, ambiguidades e diferenças culturais sem perder a essência", detalha.

A mesma coisa ocorre com o intérprete, mas do ponto de vista da fala. O profissional precisa antecipar o que o cliente vai responder e raciocinar rapidamente, mantendo as ênfases e a naturalidade da fala. A grande diferença, segundo Raquel, é o fator tempo, que o tradutor costuma ter e o intérprete não. "São raros os profissionais que conseguem atuar bem nas duas áreas. A escrita é cheia de convenções, porém, mais limpa e com menos interrupções. Já a fala é complexa e recheada de sotaques e pausas."

Ganhos

Mercado é fechado, mas remunera bem os bons profissionais

Segundo Pérsio Burkinski, da Millennium Traduções e Interpretações, além da formação básica no idioma, dois anos é o tempo médio necessário para que o profissional consiga obter a qualificação complementar exigida pelo mercado.

O sucesso na profissão está diretamente atrelado ao interesse do tradutor ou intérprete em aprimorar o seu conhecimento na língua, se inteirar das terminologias e das expressões e aprofundar as técnicas.

Diante da demanda existente hoje, os profissionais liberais que se encaixam neste perfil e conseguem conquistar a confiança dos clientes podem ganhar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por mês. Para vagas em empresas, o salário médio inicial é de R$ 2.500. Uma boa base de referência para consultar os preços praticados pelo mercado de tradução e interpretação é site do Sindicato Nacional dos Tradutores (Sintra) (www.sintra.org.br), que traz os valores atualizados por região.

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