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Na quinta-feira, caminhões formaram filas nas distribuidoras, em Araucária. Postos tentam evitar desabastecimento | Antônio More/ Gazeta do Povo
Na quinta-feira, caminhões formaram filas nas distribuidoras, em Araucária. Postos tentam evitar desabastecimento| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Área do acidente segue parcialmente interditada

Parte da Unidade de Destilação U2100, que sofreu a explosão, continua interditada até que melhorias nas condições de segurança sejam feitas para que os trabalhadores possam prosseguir com a recuperação do local. A interdição foi feita após vistoria dos auditores fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/PR) na última terça-feira.

Segundo o auditor fiscal do trabalho Enio Bezerra Soares, 20% da área inicialmente interditada foram liberados depois que a Petrobras apresentou um laudo técnico feito por uma empresa de engenharia. A empresa trabalha para que o restante seja liberado para recuperação até amanhã. Até a desinterdição, estão autorizados apenas os serviços de avaliação ambiental, estrutural e alívio de carga, com retirada do que está danificado. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC), mais de 300 trabalhadores trabalham na recuperação da unidade.

O acidente na Unidade de Destilação U2100 interrompeu toda a produção na Repar. A área concentra a fase inicial do processo de refino do petróleo, sem ela nada funciona. Ainda hoje, operários da refinaria fazem assembleia para decidir se decretam estado de greve em protesto às condições de segurança na unidade.

63,3% menos combustível é quanto a Repar deixará de entregar ao mercado em 19 dias de paralisação. O acidente ocorreu no último dia 28 e a Petrobras promete a retomada da unidade em 17 de dezembro.

  • Explosão no último dia 28 afetou parte fundamental da Repar e fez unidade parar

Após oito dias de paralisação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, alguns postos de Curitiba e região metropolitana já estão recebendo um volume menor de combustível que o que foi encomendado às distribuidoras. Embora não falte produto nas bombas, os donos de postos dizem que a situação tende a piorar nos próximos dias com a diminuição das reservas próprias e a reposição insuficiente para atender a demanda.

A Petrobras informou que a operação será totalmente normalizada no dia 17 de dezembro (leia mais nesta página). Ao todo, serão 19 dias de paralisação. Considerando a produção mensal de 282 milhões de litros de gasolina e 489 milhões de litros de óleo diesel da Repar, a refinaria deixará de enviar ao mercado nesse período 63,3% de toda a gasolina e óleo diesel que produz normalmente.

Dono de um posto de combustível no bairro Pinheirinho, Dinho Sprenger diz que as distribuidoras estão cortando em até 50% os pedidos. "Com o racionamento o mercado está tentando se adequar para evitar o desabastecimento", diz ele. O funcionário de uma rede que possui nove postos em todo o estado afirma que a oferta de combustível no pool das distribuidoras, em Araucária, já é bastante limitada. Na quinta-feira, houve uma movimentação acima do normal de caminhões para abastecer o tanque no pull.

Alternativas

Para tentar compensar a falta de gasolina e diesel no mercado e atender a demanda que até então era suprida pela Repar, a Petrobras está recorrendo a outros polos de distribuição. Desde o acidente, a estrutura de carregamento de combustíveis da Cattalini Terminais Marítimos em parceria com a América Latina Logística (ALL) vem sendo usada para ajudar na distribuição dos combustíveis que chegam via porto de Paranaguá.

Com capacidade instalada para até 30 milhões de litros de combustíveis por mês, a estrutura da Cattalini e da ALL, que estava praticamente ociosa, deve transportar cerca de 45 milhões de litros de gasolina e diesel durante o mês de dezembro, segundo o coordenador de líquidos da ALL, Raphael Bozza. O aumento da capacidade (de 30 para 45) só foi possível porque o transporte de 130 milhões de litros de combustível por mês feito pela ALL para cidades do interior do estado a partir da Repar foi totalmente interrompido desde sexta-feira passada. "Fizemos um replanejamento do sistema, com o deslocamento de vagões e locomotivas", explicou Bozza.

Além disso, a ALL também está buscando combustíveis na Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, no Rio Grande do Sul, e na Refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo. Juntos, os três polos (Cattalini, Canoas e Paulínia) somam cerca de 80 milhões de litros, que devem ser distribuídos nas cidades paranaenses. De toda a produção mensal de gasolina e diesel da Repar, que soma 771 milhões de litros, apenas o equivalente a 17% é transportado via ferrovia.

Segundo especialistas, no entanto, as demais refinarias da Petrobras já operam em capacidade máxima e não devem dar conta da produção da Repar, que responde por 12% dos derivados de petróleo no país, por muito mais tempo.

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