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Representante dos donos de postos de gasolina, a Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis) defendeu-se das declarações feitas esta semana pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que criticou as margens das distribuidoras e dos postos, e jogou a culpa sobre os altos preços na carga tributária. "Em cada litro de gasolina, o consumidor paga quase 40% de impostos. É uma carga extremamente elevada", afirmou ontem, em nota, o presidente da entidade, Paulo Miranda Soares.

De fato, uma comparação entre o preço cobrado no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa mostra que a carga tributária tem grande impacto no mercado brasileiro. Considerando apenas o valor cobrado pelas refinarias da Petrobras (cerca de US$ 0,84 por litro em fevereiro), a gasolina brasileira é mais cara do que a vendida nos EUA, Alemanha e Inglaterra. Mas, contabilizando os impostos e as margens de lucro, o valor cobrado nas bombas é inferior ao vigente no mercado europeu.

Em todos os países pesquisados, porém, houve queda de preços após o início da crise, que derrubou as cotações internacionais do petróleo. No Brasil, o valor permaneceu inalterado.

A Fecombustíveis calcula que postos e revendedores fiquem com 17% do preço final da gasolina. A Petrobras, por sua vez, abocanha 33%. Os efeitos de uma redução nos preços da estatal brasileira, portanto, tem pouco impacto no valor final do produto. Uma queda de 10% no preço da Petrobras, por exemplo, representa apenas cerca de R$ 0,10 no preço final, que hoje é R$ 2,51, em média.

"Os preços até já poderiam ter caído, mas é de se esperar que a Petrobras faça alguma compensação. Afinal, quando o barril de petróleo bateu nos US$ 147 (em meados do ano passado), ela segurou os preços internos compatíveis com um petróleo a US$ 60" comentou Miranda, em nota. De fato, a estatal ficou dois anos sem mexer nos preços, enquanto a cotação do petróleo saltou dos US$ 60 para os US$ 110 o barril.

Na época, a Petrobras sofreu grande pressão de investidores, que pediam reajustes para melhorar o resultado da companhia. Agora, a pressão é contrária e vem dos consumidores. No mercado, porém, poucos esperam que uma decisão sobre queda de preços seja para já, conforme vem declarando o presidente da estatal petrolífera.

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