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Cartão de crédito, com juro de 10,46% ao mês, ou quase 230% ao ano, tem a taxa mais alta em cinco anos. | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Cartão de crédito, com juro de 10,46% ao mês, ou quase 230% ao ano, tem a taxa mais alta em cinco anos.| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
  • Taxa de juros em porcentagem ao mês para pessoa física

O consumidor brasileiro já está pagando juros mais salgados nas operações de crédito. Pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgada ontem mostra que a taxa média cobrada da pessoa física atingiu o maior nível desde novembro de 2006. Por conta da crise global, os bancos e as financeiras também reduziram os prazos de financiamento e estão mais seletivos na concessão de crédito. "Alguns bancos chegaram a suspender totalmente as operações de crédito, mas de modo geral, as instituições reduziram os limites e aumentaram as taxas", diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da entidade.

Segundo a pesquisa, a taxa de juros média das operações de crédito de pessoas físicas passou de 7,39% ao mês (135,27% ao ano) em agosto para 7,46% ao mês (137,12% ao ano) em setembro. O avanço, segundo Oliveira, reflete também o aumento da taxa básica de juros (Selic) – hoje em 13,75% ao ano – aplicado pelo Banco Central. Para a pessoa jurídica, a taxa média de juros passou de 4,27% ao mês (65,16% ao ano) para 4,36% ao mês (66,88% ao ano), a maior desde maio de 2006.

Além de mais caro, o financiamento também encurtou, em média, em 12 meses. Na venda de veículos, o prazo máximo caiu de 72 para 60 meses, mas a maioria dos anúncios do setor prevê entre 36 e 48 meses. As montadoras também estão exigindo uma entrada de 10% a 20% do valor do veículo. "Nos últimos 15 dias, a venda sem entrada praticamente desapareceu do mercado", diz Oliveira. No financiamento de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, o prazo caiu de 36 para 24 meses.

O levantamento da Anefac revela ainda que os bancos e as financeiras estão mais seletivos na concessão de crédito, com maior atenção ao grau de endividamento dos consumidores e ao seu comportamento de renda nas novas contratações de empréstimos. "Em muitos casos, além de uma maior seletividade, já se observam maiores restrições aos financiamentos", diz o vice-presidente da associação. O banco Panamericano, por exemplo, anunciou, na semana passada, o aumento das taxas e redução dos prazos. O Paraná Banco não fala sobre o assunto, mas confirma que seguiu a tendência do mercado.

Crediário

A pesquisa da Anefac também mostra que o Paraná tem a segunda maior taxa de juros do comércio entre os estados. A taxa cobrada no crediário é hoje de 6,39% – igual à do Rio de Janeiro – e está atrás apenas do Rio Grande do Sul, com 6,61%. A média do setor no Brasil é de 6,26%, com alta de 1,46% sobre agosto. De acordo com a entidade, os setores com as maiores taxas de juros ao ano no país são artigos de ginástica (182,82%), artigos do lar (160,05%) ao ano, pequenas redes de varejo (129,29%) e importados (126,99%).

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