• Carregando...

A Copel encerrou sua política de descontos ao estabelecer ontem os reajustes para sua tabela de preços. Até a semana passada, a Copel concedia um desconto médio de 6,8% para os clientes que não atrasavam o pagamento. Com o fim dos descontos, os clientes de baixa tensão que pagavam em dia terão uma redução de quase 7% na fatura – e não de 12,7%, como anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) –, enquanto as tarifas para a alta tensão subirão em média 6%.

Segundo a companhia, o abatimento na conta dos consumidores que pagavam em dia passou a ser desnecessário com a portaria da Aneel que reduziu em 12,7% o valor cobrado de clientes ligados à rede de baixa tensão – categoria que engloba residências, pequenas empresas e propriedades rurais – e aumentou em apenas 1,44% o preço pago pelos usuários do sistema de alta tensão, como as indústrias. O preço do MWh para consumidores residenciais com as contas em dia, por exemplo, passará de R$ 280 para R$ 260 (valor antes da incidência de impostos).

A diferença entre os reajustes para baixa e alta tensão é uma tendência que começou há três anos, quando a Aneel decidiu acabar com um instrumento conhecido no mercado como "subsídio cruzado". Ele fazia com que os clientes de baixa tensão pagassem um valor mais alto para subsidiar as indústrias. Em suas últimas resoluções, a Aneel reduziu a diferença entre as categorias para que, até 2008, as duas tenham tabelas com preços semelhantes. No Paraná, há cerca de 35 mil consumidores de alta tensão e 3,2 milhões de conexões de baixa tensão.

Descontos

Desde o ano passado a Copel trabalhava com a possibilidade de acabar com a política de descontos, já que a pressão sobre os preços de energia está em queda. O abatimento foi criado em 2003, quando a Aneel autorizou um reajuste médio de 25%, repassando o impacto da desvalorização do real ocorrida em 2002 sobre os custos do setor. A política de descontos era apontada no mercado financeiro como uma das grandes dúvidas sobre o futuro do desempenho da Copel. A notícia de que a estatal eliminou o benefício foi bem recebida por investidores. Ontem, os papéis mais negociados da companhia, os preferenciais da série B (PNB), subiram 5,49%. Essa reação reflete a possibilidade de a empresa ter um aumento de receita acima do previsto pela Aneel, de 5,12%, nos próximos 12 meses.

Ao conceder os descontos, a Copel abriu mão de parte de seu faturamento. Mais de R$ 1 bilhão deixou de entrar no caixa da companhia de 2003 a 2006. Apesar disso, Ghilardi vinha repetindo que a política trazia como compensação a redução na inadimplência, que caiu de 5,4% do faturamento, registrados em junho de 2003, para 2,3% pouco mais de um ano depois.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]