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O preço da passagem aérea aumentou 52,91% em 2011, a maior taxa desde 2002 (54,65%), nas 11 cidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo com um pequeno recuo de 2,05% em dezembro sobre novembro do ano passado. O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) diz que não houve reajuste dessa magnitude, mas reconhece repasse do aumento do combustível de aviação e da valorização do dólar.

Ronaldo Jenkins, diretor-técnico do sindicato, diz que a pesquisa de preços da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) - feita com critério diferente da apurada pelo IBGE - mostra variação menor, de 7,85% em valores nominais (sem considerar a inflação) do rendimento médio da tarifa por quilômetro voado, de setembro de 2010 a setembro de 2011.

"Não posso dizer se está certo ou errado o levantamento do IBGE, mas pelo critério da Anac o índice é diferente. Não quer dizer que todas as passagens subiram. O problema é que depende da época, do voo, do horário", relativizou Jenkins.

O diretor-técnico do Snea diz ainda que cada empresa teve de repassar ao consumidor, em alguma medida, os aumentos do combustível de aviação no ano passado, de 33% no Brasil e 17,8% internacionalmente, e a alta do dólar, de 12,18% no ano em relação ao real. O pesquisador Alessandro Oliveira, diretor do Núcleo de Economia dos Transportes (Nectar), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), destaca ainda a pressão do aumento da demanda sobre as tarifas: "No passado foi de fortíssimo o crescimento da demanda de passageiros. Já esperávamos que as tarifas subissem."

Para 2012, o cenário é de mais reajustes fortes nas passagens aéreas, reconhece Jenkins, do Snea. Segundo ele, a execução de obras de infraestrutura em aeroportos brasileiros vai diminuir a oferta de voos, o que deve pressionar ainda mais as tarifas.

O setor teme também a ameaça do Irã de bloquear o trânsito de navios petroleiros no estreito de Ormuz, principal rota de exportação do petróleo do Oriente Médio, caso a Europa bloqueie com sanções econômicas a importação de petróleo iraniano. Se for paralisada essa rota de escoamento, os preços do petróleo podem disparar, preveem analistas. Em Londres, o barril de petróleo para entrega em fevereiro já havia ultrapassado US$ 113,05 nesta sexta-feira.

"As perspectivas para 2012 são muito ruins. Muitos desses aeroportos vão ter que diminuir o número de voos, e, por consequência, a capacidade de receita das empresas. Combustível e dólar podem subir mais ainda", afirma Jenkins.

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