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São Paulo (AG) – O dólar em baixa é um bom incentivo para viagens internacionais. Mas é preciso prestar muita atenção no preço da moeda. Agências e operadoras de viagens não seguem uma cotação que padronize os valores usados na conversão de pacotes turísticos de moedas estrangeiras para o real. Por isso, é indicado que os turistas pesquisem, além dos preços em dólares e euros, o que será cobrado em reais pela reserva de hotéis, pagamento de guias e outros serviços no país de destino.

O engenheiro Jorge Luís Cerqueira, do Rio de Janeiro, planeja viajar com a mulher para Nova Iorque, em abril. O casal está insatisfeito com a falta de um critério que permita saber se o dólar cobrado é caro ou barato. "Ficamos indignados com as diferenças de preços que encontramos nas operadoras de turismo. Na última semana, consultamos três agências em um único dia e o dólar variava de R$ 2,16 a R$ 2,28", conta. A confusão é maior quando o aspirante a turista faz uma consulta direta às companhias aéreas, onde o valor do dólar é quase sempre menor.

"Os preços das passagens aéreas são idênticos aos publicados nos jornais. Mas nas agências os valores do dólar não coincidem", afirma Cerqueira. Não existem valores oficiais de dólar, já que o câmbio no país é livre e segue as regras naturais da oferta e procura. Parte do mercado de turismo usa como referência o Banco do Brasil para estabelecer o valor do dólar turismo.

A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) tem em seu site na internet uma tabela informando valores de diversas moedas. Mas a associação informa que aquelas são apenas cotações de referência e sequer são sugeridas para os pacotes. "Quem for a uma operadora e achar que o dólar está muito alto não deve comprar. Nós não interferimos na comercialização dos nossos associados, nem orientamos a seguir essa ou aquela referência", diz Leonel Rossi Jr., diretor de assuntos internacionais da Abav.

Segundo ele, as diferenças de preço entre uma operadora e outra geralmente ocorrem devido à disponibilidade de vagas para ofertar ao cliente. "É como em qualquer outro mercado: quem tem uma quantidade maior de mercadoria em estoque tem mais condições de oferecer um preço menor", disse.

As pequenas agências de viagens, que apenas captam clientes para grandes operadoras, dizem ser prejudicadas pelos altos valores do câmbio nas empresas. "Para nós, o ideal seria a utilização de um câmbio mais baixo. Mais pacotes seriam vendidos e nós ganharíamos mais", disse a dona de uma agência terceirizada que não quis se identificar. Segundo ela, as grandes operadoras lucram com a cobrança de ágio sobre as cotações cobradas por hotéis e companhias aéreas. Para ela, câmbio é hoje um mecanismo que confunde o turista acostumado a comparar preços em dólar.

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