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Para não despertar ciúmes no pai, o analista de telecomunicações Wilian Rudy Boslooper gastou no presente dado neste domingo o mesmo valor que investiu no presente da mãe na comemoração do seu dia, em maio. "Para ela, comprei bijuteria e gastei R$ 50. Para ele, escolhi uma roupa. Sempre costumo gastar um valor parecido com os presentes. Assim meu pai não fica com ciúmes."

O pai de Wilian, no entanto, pode se considerar uma feliz exceção entre aqueles que ganharam presente neste domingo. Se no coração dos filhos o tamanho do amor é igual para ambos, o mesmo não pode ser dito da "verba" destinada aos presentes. No ranking das melhores datas em vendas para o varejo, o Natal lidera com ampla vantagem – e é difícil imaginar que tenha o posto ameaçado algum dia. A segunda posição, no entanto, é dividida entre o Dia das Mães – tradicionalmente considerado o "se-gundo Natal" –, e mais recentemente o Dia dos Namorados. O que levaria os pais para a terceira posição em número de presentes vendidos e volume faturado pelas lojas.

"Embora ainda seja muito importante, entre as grandes datas comemorativas o Dia dos Pais é, sem dúvida, a que mais decresceu no varejo nos últimos 20 anos", diz o consultor da área, Eugênio Foganholo. "Mas parece que as pessoas querem recompensar mais as mães que os pais", brinca. Uma das explicações desta diferença, segundo o consultor, é o número de segmentos afetados pela data. "No Dia dos Pais o volume de dinheiro movimentado é menor e os presentes mais restritos a algumas categorias."

Para a Federação do Comércio Varejista no Paraná (Fecomércio PR), a comemoração de hoje representa de fato o terceiro maior período de faturamento do ano, atrás de Natal e Dia das Mães. "As mães exercem um apelo sobre os filhos de forma mais intensa", diz o economista da instituição, Vamberto Santana. De acordo com as estimativas da Fecomércio, o valor médio dos presentes para as mães fica entre R$ 100 e R$ 150. "No Dia dos Pais, a média não passa de R$ 100."

Outra explicação, segundo Santana, pode estar na influência dos meios de comunicação. "A pressão no Dia das Mães é mais intensa." O shopping Crystal, por exemplo, investiu R$ 450 mil na campanha de televisão, rádio e outras mídias que encerra hoje e incluía promoções de Dia dos Pais e liquidação de inverno. Já no Dia das Mães a campanha – também casada, neste caso com o Dia dos Namorados – o valor chegou a R$ 800 mil.Equilíbrio

Na percepção do vice-presidente da agência Master Comunicação, Marcelo Romaniewick, no entanto, o Dia dos Pais compete muito de perto com a comemoração das mães, já que as campanhas publicitárias de ambas têm merecido investimentos parecidos ao longo dos últimos anos. "O cenário todo contribui para isso. Com a estabilidade econômica, é natural que as ofertas destas datas não tenham mais um impacto tão grande em relação ao período normal", diz. "O investimento é bastante próximo e, fatalmente, o resultado em vendas também."

O diretor regional da TIM Sul, Maurício Rorda, confirma a percepção do publicitário. "Nos últimos anos, o volume de vendas tem sido equivalente nas duas comemorações. Investimos igualmente em campanhas bastante agressivas porque o consumidor espera por elas para comprar." Segundo o executivo, o volume de vendas da TIM, tanto no Dia dos Pais, como no Dia das Mães, é entre 20% e 25% maior que o registrado nos períodos normais. A operadora não revela, no entanto, o montante investido nas campanhas.

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