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A volatilidade dos mercados na última semana atingiu uma intensidade rara, mas não mudou a tendência de longo prazo para a cotação do dólar. De acordo com analistas financeiros, a debandada de investidores estrangeiros foi momentânea. "O ambiente ficou muito especulativo na semana e houve um movimento atípico", afirma Thaís Mazzola Zara, economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados. A economista trabalha com um cenário em que os juros americanos subirão só mais uma vez, de 5% para 5,25% ao ano, e as taxas brasileiras continuarão caindo. Assim, a cotação do dólar ficaria entre R$ 2,30 e R$ 2,40 no fim do ano. Menos, portanto, do que o setor agrícola deseja para melhorar o rendimento das exportações.

O Fed, banco central dos EUA, decidirá os rumos da taxa de juros no fim de junho. Até lá, os analistas estarão de olho nos dados de inflação e de desempenho da economia americana para tentar antecipar o movimento da autoridade monetária. "As opiniões de mercado convergiram para uma percepção de que o Fed não vai tomar uma trajetória muito dura sobre os juros", comenta Alexandre Sant’Anna, economista da ARX Capital Management. Qualquer sinal fora dessa tendência será capaz de provocar mais nervosismo no mercado.

Na opinião de Sant’Anna, os fundamentos da economia não permitirão que o câmbio dispare, mesmo com pressões momentâneas. "O superávit comercial continua elevado e os juros brasileiros, por mais que sejam feitos alguns cortes, serão altos o suficiente para atrair aplicações estrangeiras." Se houver novamente tranqüilidade no cenário externo, nem mesmo o pacote cambial prometido pelo governo federal para ajudar os exportadores seria capaz de desvalorizar o real como o esperado pelo o setor produtivo.

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