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Softplan, com escritórios em Florianópolis e São Paulo, está com 130 vagas abertas | Fernando Willadino/
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Softplan, com escritórios em Florianópolis e São Paulo, está com 130 vagas abertas| Foto: Fernando Willadino/ Softplan

Procura-se mão de obra especializada! Este é um dos principais desafios das empresas brasileiras de tecnologia da informação. Somente entre janeiro e novembro do ano passado foram preenchidas 23,8 mil oportunidades com carteira assinada em todo o país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

 E tem muita vaga em aberto. “O segmento de TI não enfrentou a crise que outros enfrentaram”, ressalta Thiago Gaudêncio, da empresa de recrutamento e seleção Michael Page 

Somente na Softplan, que tem escritórios em Florianópolis e São Paulo e que desenvolve aplicações especializadas para a transformação digital na Justiça, na área governamental, na indústria da construção civil e para a gestão na área da saúde, são 130 vagas em aberto. A empresa tem 1,7 mil funcionários. 

 “Todo mundo está migrando para o digital. Essa abordagem não é só mais uma característica das empresas de tecnologia, mas sim de todos”, diz Édson Honma, diretor de desenvolvimento humano e organizacional da Softplan.  

“Estamos em uma era de grande inovação, marcada pela digitalização, o que exige muito pessoal”, complementa Eduardo Varela, da startup Code.Nation, especializada em ajudar desenvolvedores de software a se aprimorarem na carreira. 

 Mas outros fatores também pesam: as empresas aproveitaram o momento de crise para automatizar processos internos, o mercado de aplicativos está se expandindo fortemente e, constantemente, o governo exige novas demandas das empresas, como, por exemplo, o eSocial e a nota fiscal eletrônica. 

 “Durante a crise, para manter a lucratividade diante das vendas em baixa, as empresas passaram a automatizar processos e essa tendência continua”, diz Caio Arnaes, gerente sênior da empresa de recrutamento Robert Half. 

 Um segmento que está em alta é o mercado de aplicativos. “Hoje se faz de tudo pelo telefone”, diz ele. Somente no ano passado, o número de downloads cresceu 10% e a receita com aplicativos aumentou 12% em todo o mundo, de acordo com a App Annie, uma consultoria que monitora o mercado de aplicativos. 

Espaço para profissionais altamente qualificados 

 Essas novas tendências estão favorecendo a oferta de vagas para profissionais altamente qualificados e a oferta não consegue dar conta da demanda das empresas. “Sobram vagas e faltam candidatos”, resume Honma. 

 Entre os profissionais mais requisitados estão aqueles que trabalham com inteligência artificial, análise e interpretação de dados, cientistas e engenheiros de dados, engenheiros de performance e de segurança, desenvolvedores, pessoal dedicado a trabalhar com a experiência do usuário e analistas de sistemas. 

Os maiores contratantes são as startups, que usam intensivamente a tecnologia. Mas, segundo Gaudêncio, da Michael Page, há boas oportunidades em empresas de telecomunicações, mídias sociais, softwares e, inclusive, nas indústrias e nas prestadoras de serviços.  

É gente que está investindo em tornar mais automatizados e mais confiáveis os seus processos, em inteligência artificial e nas tecnologias da indústria 4.0.

 Os salários dos profissionais estão em alta, aponta a Robert Half. Um gerente de TI generalista pode ganhar R$ 25 mil. O salário está, em média, 8,3% maior do que no ano passado. E o do desenvolvedor mobile, que pode receber até R$ 13 mil, teve uma valorização média de 11,8%, segundo a empresa. 

No caso dos desenvolvedores, a remuneração está atrelada a uma série de requisitos. De acordo com o especialista da Michael Page pesa muito o tempo de experiência, as linguagens que o profissional domina e o portfólio de projetos desenvolvidos com sucesso. 

 Requisitos para o trabalho 

 Diante da dificuldade em encontrar profissionais preparados, as empresas não estão procurando profissionais prontos.“O fundamental é ter um pensamento digital”, diz Honma. 

 Entre os requisitos para trabalhar no segmento, diz ele, está o de ter uma boa base técnica. Mas, segundo ele, o que faz a diferença é a questão comportamental: boa comunicação, capacidade de solucionar problemas, adaptabilidade, trabalho em equipe e autogerenciamento. 

 “É preciso traduzir a demanda tecnológica do cliente e fazê-la se tornar um bom produto/serviço para o cliente.” E, ao contrário do senso comum, idade não é um fator impeditivo. Honma diz que o mais relevante é saber transformar as demandas em soluções. 

 Varela, da Code.Nation, diz que uma capacidade que é muito valorizada é ter trabalhado em projetos open source, ou seja, abertos. “Isto indica a disposição de a pessoa em ajudar.” 

 Para posições gerenciais, as empresas buscam profissionais com perfil de liderança, mas que apresentem conhecimento necessário para atuar mais próximo da operação, aponta a Robert Hay. Segundo a empresa:

Os times têm se tornado muito ágeis, o que exige um líder que trabalhe junto de sua equipe para direcioná-la. Nesse cenário, os gestores que apenas delegam perdem a vez para aqueles com um perfil mão na massa. 

Diante desse cenário extremamente concorrido, um dos desafios das empresas é a retenção de talentos. E o caminho, segundo Honma, da Softplan, passa por alinhar os propósitos individuais com os da empresa. “A geração dos millenials busca trabalhar em empresas cujo produto/serviço impactem positivamente na sociedade e que sejam socialmente responsáveis.” 

 Outras armas, aponta Varela são oferecer constantemente desafios e capacitação aos profissionais e evitar cair na mesmice. 

 As empresas também estão oferecendo oportunidades diferentes de fazer carreira, como manter-se como um especialista e não atuando como gestor, aponta Gaudêncio. “Há também aquelas que colocam os profissionais para trabalhar por projeto ou para atender as necessidades de determinado cliente.”

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