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O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, disse nesta segunda-feira ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que a Itália está preparada para liderar a força de paz da organização no Sul do Líbano.

O premier disse a repórteres, perto de sua casa de férias na Toscana, que Annan deve tomar uma decisão definitiva sobre a liderança da força da ONU no próximo fim de semana:

- Annan me perguntou qual era a posição italiana. Confirmei nossa disponibilidade. Cabe a ele decidir sobre a liderança da missão.

A trégua entre Israel e o Hezbollah entrou em sua segunda semana nesta segunda-feira.

Numa entrevista coletiva realizada nesta segunda, o presidente americano, George W. Bush, anunciou um pacote de US$ 230 milhões para a reconstrução do Líbano, estimada em US$ 3,6 bilhões.

O premier israelense, Ehud Olmert, conversou na noite de domingo com Prodi, e pareceu estar feliz em ter os italianos no comando.

"A Itália deve liderar a força internacional e enviar tropas também para supervisionar os movimentos de travessia da fronteira entre a Síria e o Líbano", disse um comunicado do gabinete de Olmert.

Prodi também falou com o premier libanês, Fouad Siniora, enquanto diplomatas tentavam garantir a continuidade do cessar-fogo, que interrompeu um combate de 34 dias que matou cerca de 1.200 pessoas no Líbano e 157 em Israel.

O gabinete libanês deve se reunir nesta segunda-feira para aceitar a iniciativa italiana. Um fonte política libanesa disse que 2.500 soldados italianos tomariam parte da força da ONU.

No início do mês, a França havia se oferecido para liderar a força, mas decepcionou os outros países na ONU ao oferecer apenas 200 soldados adicionais para se juntar aos franceses que fazem parte da força já existente no Sul do Líbano. Cinqüenta já foram para a região. Desde então, a iniciativa se transferiu para Roma, embora a fonte libanesa tenha dito que ainda há detalhes para serem acertados tanto com a França quanto com a Itália.

A força da ONU vai operar ao lado do Exército libanês, que aos poucos tem se posicionado em cidades e vilarejos destruídos pelos bombardeios israelenses.

Cerca de 15 tanques libaneses entraram na cidade portuária de Tiro, no sul do país, de acordo com testemunhas - o primeiro envio de tanques à região desde o início da trégua.

A ONU já conta com dois mil soldados na área, que fazem parte da chamada Unifil. De acordo com a resolução 1.701 do Conselho de Segurança, que pôs fim à guerra, a ONU se comprometeu a enviar mais 3.500 soldados até o dia 2 de setembro.

Até agora, poucos países ofereceram contingentes significativos . Alguns governos reclamaram que as regras que definem o mandato e a conduta a ser adotada pelos soldados não estão claras.

Vijay Nambiar, um dos dois enviados da ONU em giro diplomático pela região, disse que essas regras seriam determinadas "dentro dos próximos dias".

- Esperamos que isso gere interesse entre os países que mais contribuem com tropas para que ofereçam tropas em termos mais concretos - declarou ele em Beirute.

O governo israelense enfrenta críticas domésticas pela forma como conduziu a guerra, em que não foi capaz de desferir um golpe fatal contra o Hezbollah.

Nesta segunda-feira, reservistas de Israel publicaram uma carta aberta com duras críticas ao governo e ao comando militar do país.

Além disso, o general Yossi Heiman disse que o Exército era "culpado pelo pecado da arrogância" pela forma como lidou com o combate.

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