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Rio (AE) – Os dados da produção industrial vieram piores que as estimativas mais pessimistas. Após a forte expansão de 2,4% em dezembro ante novembro, a indústria iniciou o ano "acomodada". Em janeiro, houve queda de 1,3% na produção ante dezembro, desempenho pior do que as projeções dos analistas de mercado, que não esperavam resultado inferior a -0,40%.

Para o coordenador de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Sales, os resultados de janeiro mostram uma "acomodação após um crescimento significativo", mas não revertem a tendência de crescimento do setor. Paulo Mol, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vê uma atividade econômica "estável, levemente positiva, com recuperação bastante gradual e lenta".

Júlio Gomes de Almeida, diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), ficou surpreso com a queda, que atribui a um cenário de incertezas. "Há oscilações muito fortes, típicas de um setor que saiu do pior mas ainda não tem uma sistemática de crescimento mais definida", avalia.

O sinal emitido pelo nível de atividade da indústria só não foi pior porque o IBGE divulgou também dados positivos, como crescimento de 3,2% ante janeiro de 2006 e aumento no indicador de média móvel trimestral, considerado o principal sinal de tendência no curto prazo. A produção no trimestre encerrado em janeiro foi 0,6% maior do que no trimestre terminado em dezembro. Sales considera esse o principal exemplo que não houve ainda "reversão" na tendência de crescimento da produção da indústria.

Ele explicou que a acomodação pode refletir ainda uma normalização dos estoques, que parecia ter sido concluída em dezembro. No entanto, o técnico alerta que somente os dados de vendas da indústria, tabulados pela CNI, a serem divulgados na semana que vem, poderão revelar a relação entre o movimento de estoques e os dados da produção da indústria.

Em janeiro houve queda na produção em 12 dos 23 segmentos industriais ajustados sazonalmente (sem influências típicas do período). Os destaques de queda na produção nessa base de comparação foram veículos automotores (-7,6%), farmacêutica (10,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%). Esses três segmentos vinham de um crescimento forte em dezembro ante novembro.

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