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Desafios

Para elevar a produtividade, o Brasil tem vários desafios. Além de melhorar o nível da educação, a OCDE cita também o aprimoramento na infraestrutura de portos, aeroportos e rodovias, que ainda têm projetos inacabados. A burocracia também é alta comparada com os padrões internacionais, com o Brasil ficando atrás de países como Chile, México, Colômbia, Rússia, China e África do Sul. Outro fator que afeta a produtividade é a elevada carga tributária.

Mesmo com o crescimento econômico robusto dos anos 2000, a produtividade brasileira estagnou na última década e esse é um dos principais fatores que colaboram para que a atividade não consiga retomar a força no país, avalia o estudo Perspectivas para o Desenvolvimento Global, da Organização para a Cooperação e Desen­vol­vimento Econô­mico (OCDE).

O estudo dedica um capítulo inteiro aos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em que os autores afirmam que a produtividade da mão de obra e a produtividade total dos fatores – que refletem o quanto a economia produz com a mesma quantidade de capital e horas trabalhadas – ainda estão abaixo daquelas dos países desenvolvidos. Todos os países do Brics têm níveis de produtividade de cerca de 10% ou menos que nos EUA. No Brasil, esse porcentual caiu de 12,1% em 2000 para 11,1% em 2008.

A análise aponta que o boom nos preços das commodities nos últimos anos pode ser um lado ruim. Apesar de ter estimulado o crescimento, acabou fazendo com que o país se concentrasse na exportação de matérias-primas, reduzindo a diversificação das vendas externas.

Apesar de o Brics ter aumentado as importações de bens de capital, isso não se traduziu em todos os países em exportações mais fortes de produtos com maior valor agregado. É o caso brasileiro, que investiu em processos para aprimorar principalmente a extração de recursos naturais. Além disso, aumentou a fatia das importações de bens de consumo, considerado o principal motor do crescimento do país.

O estudo aponta que o Brasil tem um setor manufatureiro bem diversificado. Entretanto, a competitividade internacional impede que diversos segmentos puxem o crescimento. De acordo com o relatório, a melhora geral na produtividade tem sido muito pequena para compensar os significativos aumentos salariais decorrentes de um mercado de trabalho apertado e com escassez de mão de obra qualificada.

Além disso, a competitividade no Brasil pode estar sendo restringida por gargalos em recursos humanos qualificados e na infraestrutura, além de altos custos administrativos.

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